• Educação

    Tuesday, 07-May-2024 09:30:16 -03

    Linha de frente da greve da USP tem cerca de duas décadas de militância

    THAIS BILENKY
    DE SÃO PAULO

    29/08/2014 02h00

    Os três principais líderes sindicais da greve na USP têm cerca de duas décadas de militância na universidade.

    Magno de Carvalho, 67, baiano de Salvador, técnico cinematografista da Escola de Comunicações e Artes, está na USP desde 1977.

    Iniciou o sétimo mandato como diretor do Sintusp em 2014, atrasando em dois anos a aposentadoria. Com salário de R$ 6.300, é liberado da função para atuar no sindicato.

    Esteve duas vezes em Cuba, uma em Barcelona (2000), uma em Paris (2012) e uma em Chicago (2014), em encontros sobre o que chama de "novo sindicalismo", segundo ele, mais combativo.

    Carvalho militou no extinto PRC (Partido Revolucionário Comunista) e no PT, mas se diz decepcionado. "Hoje eu voto nulo."

    Fotomontagem
    Magno de Carvalho, Claudionor Brandão e Neli Wada fazem linha de frente da greve da USP
    Magno de Carvalho, Claudionor Brandão e Neli Wada fazem linha de frente da greve da USP

    Para ele, "o problema de fundo da crise da USP é a sociedade capitalista". Suas inspirações são Karl Marx e Che Guevara. Foi casado duas vezes e tem quatro filhos.

    Claudionor Brandão, 57, técnico em manutenção de refrigeração, entrou na USP em 1988 e foi demitido por justa causa em 2008. Acumulou processos judiciais, inquéritos, sindicâncias e acusações, as quais nega.

    Ele atua no Sintusp e recebe cerca de R$ 5.500 (ele não confirma o valor) do sindicato. Na greve, é responsável pelo microfone.

    Na terça (26), depois de 11 horas de manifestação cuja palavra de ordem era "Boa tarde, reitor Zago, como vai? Aqui não tem arrego, vou tirar o seu sossego", Brandão admitiu: "Arreguei".

    Neli Wada, 62, é representante dos funcionários no Conselho Universitário, órgão máximo da USP.

    Assistente social no hospital de Bauru cuja gestão foi transferida ao governo do Estado nesta semana, está liberada para exercício da atividade sindical. É diretora do Sintusp desde 1996, com um intervalo de um ano.

    Neli acusa o reitor de discriminá-la por ser "mulher trabalhadora". "Muitos conselheiros me banalizam porque vou simples, me expresso dentro do meu linguajar."

    Zago diz manter a ordem sem diferenciar os conselheiros. "Nem o conselho toleraria discriminação."

    Com três filhos, cinco netos e salário de R$ 8.000, ela afirma estar "cansada de corpo", mas não da cabeça.

    Fale com a Redação - leitor@grupofolha.com.br

    Problemas no aplicativo? - novasplataformas@grupofolha.com.br

    Publicidade

    Folha de S.Paulo 2024