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    Secretário de Alckmin diz que USP, Unesp e Unicamp terão mais repasses

    THAIS BILENKY
    NATÁLIA CANCIAN
    ARTUR RODRIGUES
    DE SÃO PAULO

    05/09/2014 02h00

    Contrariando a previsão pessimista das universidades públicas paulistas, o secretário estadual da Fazenda, Andrea Calabi, disse à Folha que não cairá o valor repassado às instituições em 2014.

    A afirmação também destoa da fala do governador Geraldo Alckmin, candidato à reeleição pelo PSDB.

    O governador afirmou que a arrecadação estadual não crescerá enquanto a economia nacional mantiver o fraco desempenho atual.

    Calabi disse que as universidades receberão R$ 287,4 milhões a mais do que previam, resultado, segundo ele, da previsão de crescimento da arrecadação do ICMS.

    O imposto é a principal fonte de receita das universidades; se a arrecadação cai, caem os repasses.

    Editoria de arte/Folhapress

    "As últimas informações são favoráveis", disse ele, e o Estado arrecadará R$ 92 bilhões no ano, ante previsão anterior de R$ 90 bilhões.

    O Cruesp, conselho de reitores da USP, Unicamp e Unesp, passou a trabalhar com uma previsão de arrecadação de R$ 89 bilhões, baseada nos repasses já feitos –até agosto, foram 4% inferiores ao esperado.

    A se confirmar a projeção da Fazenda, as três universidades terão recebido ao final do ano R$ 8,804 bilhões. Isso equivale a 9,75% da receita resultante de ICMS.

    Segundo dados divulgados pelo site da pasta, cerca de R$ 60 bilhões foram arrecadados em ICMS de janeiro a junho deste ano. Desse valor, aproximadamente R$ 4,04 bilhões foram repassados a USP, Unesp e Unicamp.

    Na terça-feira (2), Alckmin dissera que "a crise é transitória porque estamos com o PIB negativo. Isso vai passar, e a hora que a economia crescer, o ICMS cresce". Calaabi disse que as "arrecadações estão indo bem".

    "Não tem queda [nos repasses]. Na verdade, isso é [reflexo de] como foi construído o orçamento das universidades", avaliou Calabi.

    "O engano fundamental nessa discussão do Cruesp é que não é para jogar para fora [a causa do problema e dizer] que estamos fazendo o máximo possível, que dependemos da profundidade da crise da economia. É preciso olhar pra frente e fazer uma transformação importante."

    Questionado se avaliava como positivas as medidas propostas pelo reitor da USP, Marco Antonio Zago, de contenção da crise, como demissões voluntárias, Calabi disse: "me inclui fora dessa!".

    O secretário observou que os repasses de ICMS à USP têm a mesma ordem de grandeza dos destinados à cidade de São Paulo, "com seus 12 milhões de habitantes". "É um valor muito expressivo."

    Da porcentagem repassadas às universidades, a USP fica com 5% –R$ 4,5 bilhões neste ano, segundo a projeção da Fazenda. Até junho, a USP recebeu R$ 2,12 bilhões. À Unesp, foram repassados R$ 989 milhões no período. À Unicamp, R$ 927 milhões.

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