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    Reitores de USP, Unesp e Unicamp pedem revisão de repasses ao governo

    NATÁLIA CANCIAN
    THAIS BILENKY
    DE SÃO PAULO

    09/09/2014 21h03

    Reitores das três universidades paulistas anunciaram nesta terça-feira (9) que irão pedir ao governo do Estado e à Assembleia Legislativa uma revisão no cálculo dos repasses do ICMS, principal fonte de financiamento das instituições.

    A medida foi definida em reunião do Cruesp, conselho que reúne os reitores da USP, Unicamp e Unesp. A presidente do conselho, Marilza Rudge, não informou qual a proposta de revisão feita pelos reitores, o que pode aumentar os repasses. Hoje, as três instituições recebem juntas 9,57% do que é arrecadado com o imposto.

    Em uma medida que deve adiar o fim da greve na USP, o conselho também decidiu nesta terça-feira que cada universidade negociará internamente a concessão de abono salarial aos funcionários.

    Unesp e Unicamp dizem que tratarão diretamente com sindicatos de funcionários e docentes. Já a USP deverá submeter a decisão sobre o abono em reunião do Conselho Universitário. O próximo encontro está marcado para o dia 16.

    A decisão de submeter o abono ao conselho foi interpretada pelos grevistas da USP como um recuo.

    "O reitor [Marco Antonio Zago] desmentiu o que a própria comissão dele indicou ontem, quando negociávamos para chegar ao fim do movimento. Agora não tem saída: a greve continua", afirmou Magno de Carvalho, diretor do Sintusp, que representa os servidores técnico-administrativos.

    A medida de levar a decisão para o Conselho Universitário já havia sido informada em comunicado aos servidores, conforme a Folha informou na tarde desta terça-feira.

    Na segunda-feira (8), os funcionários tinham aceitado proposta do Tribunal Regional do Trabalho de abono de 28,6% para o período de maio a setembro. Havia concordância em torno do reajuste salarial de 5,2% proposto pela universidade.

    Inicialmente, os grevistas pediam 9,78%. A reitoria sustentava não poder conceder aumentos –a USP enfrenta sua maior crise, com 106% do orçamento comprometido com a folha de pagamento. Ambas as partes cederam.

    PROTESTO

    Cerca de 200 pessoas participaram de protesto em frente ao edifício onde o Cruesp se reuniu, na rua Itapeva, em São Paulo. A passeata saiu do vão-livre do Masp, na avenida Paulista.

    O grupo entoou palavras de ordem como "[governador de São Paulo, Geraldo] Alckmin, a culpa é sua. Cortaram meu salário e a greve continua" e "Fabio Hideki [servidor preso em manifestação em junho] mandou dizer que essa greve nós vamos vencer".

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