• Educação

    Saturday, 27-Apr-2024 18:34:48 -03

    Verba para pesquisa é fator decisivo para qualidade de universidades

    REINALDO JOSÉ LOPES
    COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

    11/09/2014 02h00

    Dados do RUF (Ranking Universitário Folha) 2014 indicam que o montante de recursos para pesquisa obtidos pelas universidades brasileiras é um dos fatores decisivos para a qualidade das principais instituições do país.

    Das dez universidades no topo do ranking, oito também lideram a lista das que mais conseguem financiamento para projetos científicos.

    A USP, cabeça do ranking geral e maior universidade brasileira, é, de longe, a que recebe mais recursos para pesquisa das principais agências de fomento federais e do Estado.

    Em 2012, o valor chegou a R$ 813 milhões, superando com folga a soma do montante destinado às três universidades que vêm logo depois dela nesse quesito.

    Quando se considera o valor dividido pelo número de docentes, a situação fica um pouco mais equilibrada.

    A USP, que tem cerca de 6.000 professores, recebeu, naquele ano, um valor per capita um pouco inferior a R$ 140 mil.

    É mais ou menos o mesmo montante que chegaria, em média, a cada um dos quase 2.000 docentes da Unicamp, quarta colocada no total de recursos. As outras universidades que estão entre as cinco que mais receberam recursos em 2012 (Unesp, UFRJ e UFMG) tiveram, por docente, valores em torno de R$ 70 mil.

    A conta foi feita a partir dos aportes feitos a cada universidade pela Capes e pelo CNPq, ambas do governo federal, e pelas fundações estaduais de amparo à pesquisa.

    Para Carlos Henrique de Brito Cruz, diretor científico da Fapesp, fundação paulista de fomento, considerar o valor per capita é importante porque o montante destinado a cada universidade depende, em primeiro lugar, do tamanho da instituição.

    "Depois disso, eu diria que vem a infraestrutura dedicada pela universidade à pesquisa e, finalmente, o acesso que ela tem a agências de fomento", afirma ele.

    A infraestrutura, diz Cruz, tem de ser entendida de forma abrangente, desde a presença de laboratórios bem equipados até a disponibilidade de tempo de cada docente para a pesquisa.

    Esse fator provavelmente é crucial para a predominância absoluta das universidades públicas nesse quesito —a instituição particular em melhor posição, a PUC-RJ, ocupa apenas o 23º posto.

    De acordo com Cruz, levantamentos recentes da Fapesp indicam que outra fonte importante de recursos para pesquisa nas universidades têm sido os projetos em parceria com empresas.

    "É algo que varia entre 5% e 7%. Isso, na verdade, coloca essas universidades em posição equivalente à das 20 maiores universidades americanas no que diz respeito às parcerias entre o meio universitário e o empresarial", diz.

    Fale com a Redação - leitor@grupofolha.com.br

    Problemas no aplicativo? - novasplataformas@grupofolha.com.br

    Publicidade

    Folha de S.Paulo 2024