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    Servidores aceitam proposta e encerram greve na Unicamp

    LUCAS SAMPAIO
    DE CAMPINAS

    11/09/2014 18h24

    Há 112 dias em greve, os servidores da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) aceitaram a proposta da reitoria nesta quinta-feira (11) e decidiram acabar com a maior paralisação da história da instituição.

    Eles reivindicavam 9,78% de aumento, mas aceitaram o reajuste de 5,2% proposto pelo Cruesp (conselho de reitores de USP, Unesp e Unicamp), a ser pago em duas parcelas –2,57% em setembro e mais 2,57% em dezembro–, e as ofertas adicionais da reitoria da Unicamp.

    A universidade concedeu 28,6% de abono sobre um mês de salário para todos os funcionários e 5% de reajuste para servidores que recebem o piso (o equivalente ao avanço de um nível no plano de carreira).

    Até a semana passada, o Cruesp afirmava que não era possível conceder reajuste salarial neste ano porque as três universidades estaduais paulistas "estão enfrentando níveis de comprometimento com a folha de pagamento que ultrapassam 90%, nível acima do recomendado para uma gestão responsável".

    Segundo o STU (sindicato dos servidores), cerca de 800 pessoas participaram da assembleia, realizada no campus principal da universidade, em Campinas (a 93 km de SP), em que ficou decidido que os servidores retornarão ao trabalho na segunda (15).

    Os professores já haviam encerrado a greve no começo de agosto, ao aceitar abono de 21% sobre um salário. Segundo a reitoria, para igualar o benefício oferecido aos servidores, os docentes receberão a diferença de 7,6%.

    UNESP

    Na Unesp, servidores e professores continuam em greve em 16 dos 24 campus da universidade. A reitoria ofereceu, além do abono, R$ 250 a mais de vale-alimentação (de R$ 600 para R$ 700 em outubro e para R$ 850 em janeiro) para servidores e professores e 5% de aumento para todos os servidores, sendo 2,5% em outubro e 2,5% em fevereiro, o equivalente ao avanço de um nível no plano de carreira.

    Hoje foram realizadas assembleias de docentes em pelo menos seis campus em greve –Assis, Bauru, Ilha Solteira, Presidente Prudente, Rio Claro e São Paulo (Instituto de Artes)–, dos quais cinco aceitaram a proposta da reitoria, segundo a Adunesp (associação de professores da Unesp).

    Apenas Presidente Prudente votou contra a oferta.

    Uma plenária estadual vai decidir nesta sexta-feira (12), em São Paulo (Instituto de Artes), os rumos da greve.

    As assembleias dos servidores serão realizadas em 16 campus na segunda (15), segundo o Sintunesp (sindicato dos trabalhadores). O encontro estadual da categoria está marcado para terça (16), no campus da Unesp em Botucatu.

    USP

    Já na USP (Universidade de São Paulo) a decisão sobre o abono e, consequentemente, sobre o término da greve foram adiados para a próxima semana. Isso acontece porque a reitoria decidiu submeter a decisão sobre o abono de 28,6% à votação do Conselho Universitário, na próxima terça (16).

    Na última semana, o TRT (Tribunal Regional do Trabalho) ofereceu a proposta de reajuste de 5,2%, dividido em duas partes, e o abono de 28,6% referente ao salário de cada servidor. O Sintusp (sindicato de trabalhadores da USP) aceitou a proposta, mas a USP afirmou que ainda estuda se pagará o abono.

    Para Magno de Carvalho, diretor do Sintusp, a reitoria está tomando medidas para "protelar a greve". "Nunca vimos nada parecido na USP", afirma. Já a USP diz que a reunião do conselho foi marcada para a próxima semana devido ao "prazo regimental" de cinco dias.

    O desembargador Davi Furtado Meirelles decidiu convocar para a próxima reunião do TRT o reitor Marco Antonio Zago e o secretário de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia, Nelson Baeta, como forma de tentar resolver a greve.

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