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    Depois da USP, docentes e servidores da Unesp também encerram a greve

    LUCAS SAMPAIO
    DE CAMPINAS

    19/09/2014 18h26

    Após 116 dias em greve, a maior paralisação da história da Unesp, professores e servidores decidiram nesta sexta-feira (19) voltar ao trabalho na segunda (22).

    A decisão foi tomada em assembleias dos campi que permaneciam com as atividades suspensas. Das 24 cidades com cursos da universidade, docentes estavam em greve em seis e trabalhadores, em 14, segundo os respectivos sindicatos (Adunesp e Sintunesp).

    A proposta da reitoria e do Cruesp (conselho de reitores de USP, Unesp e Unicamp) já havia sido aceita pelas duas categorias, mas elas decidiram continuar em greve até que detalhes sobre o calendário de reposição dos dias parados e das aulas do primeiro semestre fossem definidos.

    Servidores e docentes reivindicavam 9,78% de aumento, mas aceitaram o reajuste de 5,2% proposto pelo Cruesp, a ser pago em duas parcelas –2,57% em setembro e mais 2,57% em dezembro–, e as ofertas adicionais da reitoria da Unesp.

    A reitoria concedeu 28,6% de abono sobre um mês de salário para funcionários e professores, R$ 250 a mais de vale-refeição –que vai passar de R$ 600 para R$ 700 em outubro e para R$ 850 em janeiro– para ambos e mais 5% de reajuste para todos os servidores (o equivalente ao avanço de um nível no plano de carreira), valor a ser pago em duas parcelas –2,5% em outubro e 2,5% em fevereiro.

    USP E UNICAMP

    Também nesta sexta (19), os funcionários da USP votaram pelo fim da greve. Os professores haviam decidido o mesmo ontem. Na Unicamp, os servidores encerraram a paralisação no dia 11 e os professores, em 31 de julho.

    Foi a maior greve da história das três universidades estaduais paulistas.

    No início, o Cruesp dizia que não era possível conceder reajuste aos funcionários e professores devido à crise financeira das instituições –sobretudo a USP, que compromete mais do que o seu orçamento apenas com a folha de pagamento.

    FOLHA DE PAGAMENTO

    O conselho de reitores das estaduais paulistas afirmava que elas enfrentavam "níveis de comprometimento com a folha de pagamento que ultrapassam 90%, nível acima do recomendado por uma gestão responsável".

    A Unesp fechou 2013 com 88,85% do seu orçamento comprometido com a folha de pagamento, segundo a reitoria. Essa proporção subiu para 94,67% nos oito primeiros meses deste ano e deve chegar a 96% com os benefícios oferecidos aos grevistas.

    A Unicamp fechou o ano passado com 92,29% do orçamento comprometido. Entre janeiro e agosto, o valor subiu para 96,63%. Procurada, a universidade não informou qual é a projeção para este ano após a proposta ter sido aceita.

    No decreto de 1989 que deu autonomia a USP, Unesp e Unicamp, o governo do Estado recomendava que a folha de pagamento não superasse 75% do orçamento. A recomendação tem sido usada como argumento para o TCE-SP (Tribunal de Contas do Estado de São Paulo) rejeitar a prestação de contas das universidades, como ocorreu com as de 2010, da Unicamp.

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