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    Espera para entrar nas 'tops' pode chegar a quatro anos em São Paulo

    RICARDO BUNDUKY
    DE SÃO PAULO

    21/09/2014 02h00

    Superado o período de escolha por uma escola, muitos pais se deparam com outra dúvida: há vagas?

    Entre as dez escolas da capital com melhor desempenho no Enem de 2012 (último resultado a ser divulgado), pode ser preciso uma dose de paciência.

    No Santo Américo, na zona oeste, que detém a sexta posição no exame, a espera chega a quatro anos, diz Antonio Luiz Laurindo, diretor de admissões e ouvidor do colégio.

    "Às vezes, o aluno chega aqui com dois anos e eu só tenho vaga para ele na primeira série do fundamental", afirma.

    Segundo Laurindo, isso ocorre com as famílias que não têm vínculo com o colégio (ser irmão de aluno ou filho de ex-aluno, por exemplo), critério que dá prioridade na admissão.

    A unidade 2 do Vértice, "medalha de prata" no Enem na capital, fará sorteios a partir de 2015. Até este ano, o critério era a ordem de chegada, o que significava formalizar o interesse pela vaga com antecedência.

    Parentesco e sorte também são critérios adotados pelo Santa Cruz e pela escola Móbile (ambos na zona sul) - quarto e terceiro colocados na cidade, respectivamente.

    Segundo o vice-diretor da Móbile, Daniel Bresser, para cada vaga no infantil há dez alunos interessados.

    No Vértice, ser contemplado pela sorte, apenas, não basta a partir da segunda série do fundamental, segundo o diretor, Adilson Garcia.

    Após o sorteio, os alunos passam por um "dia de vivência" no colégio, em que assistem a aulas como ouvintes, participam do recreio e são entrevistados por pedagogos.

    "Se há muitas lacunas, não aconselhamos a vinda, porque a adaptação vai ser mais difícil", explica Garcia.

    No Bandeirantes (zona sul), quinto do Enem, a avaliação de perfil do candidato leva em conta diferenciais no "currículo", como a realização de cursos extracurriculares e trabalhos voluntários.

    RECOMENDAÇÃO

    Em um parecer de 2003, o CNE (Conselho Nacional de Educação) recomenda que os critérios de admissão não tenham efeito classificatório no ensino infantil e primeira série do fundamental, de forma a evitar que crianças pequenas sejam submetidas a "ansiedade, pressão ou frustração."

    "Quando a escola particular tiver uma procura de vagas maior do que a sua capacidade de atendimento, é muito importante que as famílias estejam perfeitamente cientes dos critérios que serão adotados no preenchimento das vagas existentes e, sempre que possível, é recomendável que sejam utilizados sistemas de sorteio, ordem cronológica de inscrição e outros do mesmo tipo", diz o texto.

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