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    Nível de leitura de alunos de 8 anos é considerado baixo em 22 Estados

    FLÁVIA FOREQUE
    DE BRASÍLIA

    26/09/2014 02h00

    Na primeira avaliação nacional da alfabetização promovida no país, Estados do Norte e Nordeste registraram o pior desempenho no exame, que mediu conhecimentos de português e matemática de cerca de 2,3 milhões de crianças do 3º ano (oito anos de idade) na rede pública.

    No extremo oposto, Estados do Sul e Sudeste como Santa Catarina e Minas Gerais tiveram bons indicadores.

    A prova foi aplicada no final do ano passado e mediu a aprendizagem com base em uma escala de quatro níveis. Em leitura, 22 Estados brasileiros concentraram mais da metade de seus alunos nos dois níveis mais baixos.

    Em matemática, 20 Estados e o Distrito Federal estão nessa situação, o que significa que essas crianças não conseguem analisar informações em gráfico de barras ou resolver problemas de subtração com número de até dois algarismos, por exemplo.

    Editoria de Arte/Folhapress

    Na semana passada, os dados foram encaminhados às escolas via sistema on-line, ao qual a Folha teve acesso.

    O presidente do Inep (órgão do Ministério da Educação responsável pelo exame), José Francisco Soares, explicou que os níveis 2, 3 e 4 são tidos como adequados, ainda que indiquem diferentes estágios de aprendizagem.

    A ANA (Avaliação Nacional da Alfabetização) é uma das medidas que integram o Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa, lançado pela presidente Dilma Rousseff (PT) em 2012.

    O ministro Henrique Paim (Educação) afirmou que escolas com baixo desempenho terão atenção especial.

    "Nós não estamos satisfeitos, por isso temos o pacto, para melhorar os resultados."

    O Inep não elaborou um indicador nacional com base nos dados de cada escola nem unificou os resultados das três áreas em um indicador de alfabetização. O objetivo é evitar a criação de um ranking nacional com base em prova aplicada a crianças em início de vida escolar.

    As escolas também receberam informações sobre o perfil de seu corpo docente e o nível socioeconômico dos alunos, com base na escolaridade e posse de bens e serviços pelos pais.

    Alejandra Velasco, coordenadora-geral do movimento Todos pela Educação, destaca que um desempenho ruim nessa fase do ensino fundamental repercute nas etapas seguintes. "O quarto e quinto ano são de consolidação dessa aprendizagem."

    Para ela, a formação de docentes e a infraestrutura das escolas contribuem para o "abismo entre as regiões".

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