Em meio a uma crise financeira, a USP decidiu não conceder o chamado prêmio de excelência aos 23 mil funcionários e docentes neste ano.
Segundo a reitoria, não há disponibilidade orçamentária para a gratificação. Neste ano, a despesa da universidade com profissionais já é superior a 106% do orçamento.
A decisão foi noticiada nesta terça-feira (21) pelo jornal "O Estado de S. Paulo".
Criado em 2008, o prêmio só não havia sido concedido em 2010. A entrega é decidida pela reitoria, mas professores, funcionários e alunos devem ser ouvidos, segundo as regras do benefício.
Além da disponibilidade de verbas, outro critério para concessão do prêmio é o desempenho da universidade em quatro rankings de avaliação internacionais.
Em um deles, o Webometrics Ranking of World Universities, sobre conteúdos on-line, a USP caiu da 19ª posição para a 29ª neste ano.
Na edição mais recente do renomado THE (Times Higher Education), a universidade teve uma leve melhora, mas não ficou entre as 200 melhores do mundo.
Em anos anteriores, a concessão do prêmio foi objeto de críticas ao ex-reitor João Grandino Rodas (2010-2013). Em 2013, servidores receberam R$ 2.000 em prêmio.
Em 2012, os gastos com recursos humanos já representavam cerca de 95% do orçamento quando Rodas anunciou o valor de R$ 6.000.
O presidente da associação dos docentes da USP, Ciro Correia, disse que a Adusp "nunca defendeu" o prêmio e "não trabalha com a perspectiva dos rankings internacionais, que pouco dizem sobre qualquer instituição".
Do ponto de vista financeiro, afirmou, a reitoria deve esclarecimentos mais urgentes. Citou gastos superiores a R$ 600 milhões em rubricas como "restos a pagar" que nunca foram especificados.
O sindicato dos trabalhadores não se manifestou.