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    Curso de direito tem redução inédita do número de formandos no Brasil

    FLÁVIA FOREQUE
    DE BRASÍLIA

    13/11/2014 02h00

    A queda do número de formandos no ensino superior entre 2012 e o ano passado atingiu os cursos com maior volume de estudantes no país: direito e administração.

    Juntas, as graduações respondem por 23% das matrículas em cursos presenciais.

    A redução de bacharéis em direito (3%) foi menor do que a média de todos os cursos (5,65%), mas a primeira queda verificada na última década. Em 2012, 97,9 mil estudantes concluíram a graduação. No ano passado, 95 mil.

    Em administração, o percentual chegou a 11,86%. O movimento de baixa nesse curso já vinha ocorrendo em anos recentes, mas em menor intensidade.

    Entre 2011 e 2012, por exemplo, a queda foi de 0,88% –993 diplomas a menos, em números absolutos. No ano passado, essa diferença foi de 13.199 formandos.

    Para Samuel Melo Júnior, doutor em administração, um dos motivos principais é a migração da demanda dos alunos para cursos tecnológicos sobre gestão, de menor duração (média de dois anos) e maior foco.

    "Esse profissional atende a uma demanda específica e tem rápida inserção no mercado. São cursos de graduação que o Conselho Federal de Administração já recebe entre os associados", afirma Júnior, também diretor da câmara de formação profissional da entidade.

    Há quatro anos, por exemplo, o curso de gestão de recursos humanos havia formado 16,7 mil profissionais. No ano passado, o número aumentou para 26,3 mil.

    "Não vemos isso como algo ruim, mas há diferenças entre os formandos. A questão [para explicar a redução] não é de empregabilidade, há muito espaço para o administrador", avalia.

    Para o Ministério da Educação, a queda do número de formandos de uma forma geral foi motivada por medidas de supervisão e fiscalização do governo federal, que resultaram em fechamento de vagas ou congelamento de vestibular em cursos considerados de má qualidade.

    Editoria de Arte/Folhapress

    MEDICINA

    Os cursos de medicina tiveram aumento no número de formandos, mas em um ritmo modesto.

    No ano passado, a quantidade de novos médicos que entravam no mercado foi de 16.495 –apenas 141 a mais do que em 2012. No período anterior, o incremento foi da ordem de 1.700.

    Também houve redução do ritmo de crescimento das matrículas na graduação.

    "Esse número era muito alto. O que sempre falamos é que a quantidade de médicos não vai resolver o problema", afirma Mauro Ribeiro, vice-presidente do Conselho Federal de Medicina.

    Na visão da entidade, o problema da distribuição de profissionais pelas regiões do país pode ser resolvido com a criação de uma carreira de Estado para a categoria.

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