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    Concorrência menor na Fuvest não reduz nota de corte

    FÁBIO TAKAHASHI
    DANIELA MERCIER
    DE SÃO PAULO

    26/11/2014 02h00

    O vestibular da Fuvest, que ocorre no domingo (30), terá o menor número de candidatos dos últimos quatro anos. Mas a concorrência menor não indica que ficou mais fácil garantir uma vaga na USP.

    A Folha analisou a evolução das notas de corte (pontuação mínima para classificação à segunda fase de acordo com o curso pretendido) nas provas mais recentes.

    Os dados mostram que as notas exigidas dos candidatos em cada ano têm pouca relação com a variação da concorrência no exame.

    A seleção do ano passado (edição 2014), por exemplo, teve um número recorde de inscritos: 172 mil candidatos.

    A nota de corte, porém, caiu ou ficou a mesma em 79 das 110 carreiras em relação ao vestibular anterior, para entrada em 2013, que atraiu 160 mil estudantes.

    Em medicina, houve aumento de 4% de inscritos na seleção para 2014. Já a pontuação mínima de classificação caiu de 73 para 70.

    A explicação de especialistas é que a fórmula da nota está mais relacionada a outros dois fatores: o nível de preparo dos estudantes e o grau de dificuldade da prova.

    "Se a proporção de alunos bem preparados aumentar, a disputa fica mais difícil, mesmo se o número de inscritos diminuir", afirma Nelio Bizzo, professor da Faculdade de Educação da USP.

    Ex-membro do Conselho Curador da Fuvest, ele explica que a alteração no número de candidatos seria importante no caso de "uma disputa aleatória, como em uma loteria", mas não no vestibular.

    Esse também é o entendimento da coordenadora do colégio e do cursinho Objetivo, Vera Lúcia Antunes. Para ela, a redução do número de candidatos neste ano não deve influir no resultado.

    "Os melhores candidatos, os alunos mais dedicados, que querem estar na USP, não são os que desistiram [de fazer o vestibular]", afirma.

    Ela atribui a redução da nota de corte em cursos concorridos, como medicina, à maior dificuldade da prova do ano passado –já que o preparo dos candidatos tende a ser sempre alto.

    "Você não concorre com quem está tentando a sorte, mas com quem estudou."

    Segundo o coordenador do Etapa, Edmilson Motta, não há grande oscilação nos pontos de cursos disputados. "A cada ano, há uma quantidade muito similar de alunos capazes de atingir aquela nota e que, assim, acabam definindo as aprovações", diz.

    Editoria de arte/Folhapress

    PROVA

    No domingo, os cerca de 142 mil candidatos –17,5% menos que no vestibular passado– farão uma prova de conhecimentos gerais.

    Eles terão cinco horas para resolver 90 questões de múltipla escolha.

    O exame começa às 13h (os portões abrem às 12h30). Os locais de prova estão disponíveis em www.fuvest.br.

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