O Ministério Público Federal do Ceará decidiu arquivar o procedimento que investigava suposto vazamento do tema da redação do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) 2014. A denúncia era que candidatos teriam tido acesso à informação por meio de mensagens de celular horas antes do exame, realizado em novembro.

A investigação da Procuradoria concluiu que não houve pessoas beneficiadas com o vazamento do tema da redação, que abordava a publicidade infantil.

Segundo a procuradora Nilce Cunha Rodrigues, após avaliação do relatório da Polícia Federal, as irregularidades apontadas, que seria o acesso antecipado ao tema da redação, "não se revelaram de potencial capaz de malferir o princípio da isonomia". Também foi não foi possível, argumenta a procuradora, apontar o suposto autor do vazamento nem um candidato que teria se beneficiado do artifício.

A investigação também mostrou não ter sido possível relacionar o vazamento a um suposto esquema para beneficiar alguns candidatos. No entendimento da Procuradora, o que houve foi uma notícia que circulou "de forma bastante restrita e desorganizada", e que não tinha capacidade de interferir na isonomia entre os candidatos do Enem.

Uma vez que o Enem envolveu nove milhões de inscritos, conclui a procuradora, "somente fatos deveras graves", como uma prova contundente de um significativo número de beneficiados em um suposto esquema, teriam razão suficiente para comprometer a lisura do exame, o que não seria o caso da denúncia.