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    Unesp apura apologia a Ku Klux Klan em trote da faculdade de medicina

    DE SÃO PAULO

    30/03/2015 19h09

    A Unesp (Universidade Estadual Paulista) de Botucatu vai investigar uma festa da turma do 6º ano de medicina, realizada em 5 de março, onde os veteranos receberam os calouros vestidos com roupas similares as da Ku Klux Klan, organização racista americano que pregava a supremacia branca e atacava negros.

    Imagens divulgadas no Facebook mostram os estudantes veteranos vestindo capas, gorros e com tochas nas mãos, observados pelos calouros, durante a noite. Apesar das capas pretas (o KKK usava roupas brancas), a fantasia revoltou usuários na internet e chegou até a direção da Faculdade de Medicina de Botucatu.

    A festa "Batizado da Medicina" será investigada por meio de uma CAP (Comissão de Apuração Preliminar), a ser publicada em portaria pela Unesp, segundo nota divulgada pela universidade nesta segunda (30). Caso a comissão verifique infração ao Regimento Geral da Unesp, será aberta sindicância. O código prevê punições que vão de advertência verbal a expulsão da faculdade.

    Reprodução/Facebook/Opressão na Medicina
    Unesp apura apologia a Ku Klux Klan em trote da faculdade de medicina; roupas semelhantes foram usadas por veteranos
    Unesp apura apologia a Ku Klux Klan em trote da medicina; roupa semelhante foi usada por veteranos

    Os alunos da 48ª turma de medicina, responsáveis pela festa, afirmaram que a fantasia era, na verdade, de "carrasco". "As fantasias foram utilizadas apenas para a entrada da turma, sendo que foram retiradas logo após a entrada, dando início a confraternização com os calouros no evento", diz nota publicada nesta segunda.

    A turma de medicina afirma que jamais houve prática preconceituosa. "A conclusão de que estávamos fantasiados de 'Ku Klux Klan' foi inferida pela forma como foram divulgadas as imagens, descontextualizando totalmente a fantasia".

    Apesar da defesa, os estudantes, que se reuniram com a direção da faculdade na manhã desta segunda, desculparam-se pelo episódio. "Pedimos desculpas a quaisquer pessoas que tenham se sentido ofendidas com essa interpretação", diz a nota. "Abominamos qualquer prática de preconceito, seja ele devido a etnia, credo ou orientação sexual."

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