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    Graduação longe de casa ajuda a amadurecer, acreditam estudantes

    DIEGO IWATA LIMA
    WALTER PORTO
    DE SÃO PAULO

    17/05/2015 02h00

    Caio Cezar/Folhapress
    A baiana Taís Menezes, 23, que saiu de casa para fazer federal em Santa Catarina
    A baiana Taís Menezes, 23, que saiu de casa para fazer federal em Santa Catarina

    A experiência de estudar longe de casa é geralmente bem avaliada por quem ingressou no ensino superior pelo Sisu (vestibular unificado das instituições federais).

    Mas tão comum quanto o balanço positivo são os relatos de dificuldades vividas pelos estudantes que estão fora de seus Estados natais.

    Jonatha Giadanes, 22, é de Itanhaém (SP). Seu plano era fazer engenharia numa faculdade paulista. Não conseguiu. Mas a segunda opção vingou, só que rendeu uma escolha difícil: morar a 900 km de casa, em Pato Branco (PR). Com apenas um dia para refletir, lá foi ele viajar 12 horas de carro com os pais, para se matricular. "Não pude nem me despedir de boa parte dos familiares e amigos", recorda-se.

    A baiana Taís Menezes, 23, teve trajetória diferente. Estava decidida desde o início a estudar longe de casa. "Meus pais me criaram de asa aberta, e eu sempre quis morar fora," conta.

    Editoria de Arte/Folhapress

    A vontade de ser independente pesou tanto em sua escolha quanto a qualidade da faculdade onde cursaria psicologia. Optou pela Federal de Santa Catarina, que considera conceituada na área.

    Isaque Mota, 21, nem pestanejou para estudar fora do Maranhão. Para ele, os cursos de direito de lá não eram bem avaliados o suficiente.

    Mesmo tendo sido aprovado na federal do Estado, prestou o Enem de novo e conseguiu a matrícula na UFRJ. A um ano da formatura, diz: "o que se aprende ao estudar longe de casa vai além da questão acadêmica."

    Jonatha lembra que teve que aprender a se virar sozinho na marra. "Não sabia lavar, limpar, cozinhar, nada." Mas o problema mesmo é ficar longe dos pais e amigos. O estudante diz ter chorado algumas vezes por saudade da família. Taís filosofa: "você tem que aprender a participar da vida dos familiares mesmo não participando".

    Nathalia Souza, 21, que faz engenharia eletrônica na Federal Tecnológica do Paraná, também diz sentir falta da família, que ficou em Paraguaçu Paulista (SP). Mas foi durante a graduação que conheceu o namorado Carlos Henrique Fontana, 26, que também deixou a cidade natal, Dracena (SP), para fazer faculdade.

    Sergio Ranalli/Folhapress
    CORNELIO PROCOPIO, PR, BRASIL, 06-05-2015, 10H00: Dois jovens Carlos Henrique Fontana e Nathalia Sousa foram para o Paraná estudar por meio do Sisu, se conheceram e hoje namoram. Serão fotografados na faculdade.. (Foto: Sergio Ranalli/Folhapress, ESPECIAL VESTIBULAR) ***EXCLUSIVO FOLHA****
    Os paulistas Nathalia Souza e Carlos Fontana, que se conheceram ao estudar na UTF-PR

    O casal é entusiasta do programa federal. "Se não fosse o Sisu, não conseguiria ter feito uma faculdade de qualidade," admite Carlos, que graças à boa nota no Enem, ganhou ainda bolsa para estudar por um ano na Itália.

    Jonatha também acha que a experiência valeu a pena, mas faz uma ressalva. Ele alerta que muitas cidades que abrigam federais não têm estrutura para absorver alunos e egressos de fora.

    "Hoje, sei que Pato Branco evoluiu," diz. "Mas, após dois anos lá, pedi transferência para Curitiba, onde achei que teria mais oportunidades".

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