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    USP decide selecionar alunos pelo Enem e reservar vaga para negros

    FÁBIO TAKAHASHI
    DE SÃO PAULO

    23/06/2015 18h31

    A USP decidiu nesta terça-feira (23) aderir ao Sisu –sistema federal de seleção de calouros, baseado na prova do Enem. A universidade destinará 13,4% de suas vagas à iniciativa. Inicialmente, a USP havia afirmado que o numero era de 14%, mas depois corrigiu o dado.

    Cerca de 10% dos postos serão destinados apenas para quem se formou no ensino médio público.

    As demais 86% das vagas continuarão escolhidas por meio do vestibular da Fuvest. Ao todo, são oferecidas 11.057 vagas.

    Ficarão de fora do Sisu cursos tradicionais da capital, como medicina, engenharia e administração.

    Haverá ainda cota específica para alunos autodeclarados pretos, pardos e indígenas formados na rede pública (2% das 11.057 vagas). É a primeira vez que a USP adota esse tipo de seleção, tanto pelo Enem quanto cotas.

    Arte USP

    Por outro lado, entrarão no Sisu relações internacionais (20% das vagas), direito (20%) e pedagogia (30%).

    Cada unidade teve liberdade para decidir se entraria no sistema, quantas vagas seriam destinadas e se haveria reserva para públicos específicos.

    Havia três opções: vagas para qualquer formado no ensino médio; para formados nas escolas públicas; e pretos, pardos e indígenas formados na rede pública.

    Os dois últimos grupos somam 10% de todos os postos do próximo ano.

    A oficialização do processo foi feita em votação no Conselho Universitário, instância máxima da escola.

    Desde que tomou posse, no ano passado, o reitor Marco Antonio Zago defende que a USP deve diversificar seu processo de seleção de estudantes de graduação.

    Para ele, a prova da Fuvest é eficiente, mas pode deixar de fora estudantes com bom potencial. O Enem é conhecido por exigir mais raciocínio e menos conteúdo, comparado ao exame da Fuvest.

    Por outro lado, há o temor em parte da instituição de que entrem alunos menos preparados para os cursos da melhor universidade do país.

    O diretor da Faculdade de Medicina, José Otavio Auler Júnior, afirmou, por exemplo, que "a Fuvest já é consolidada. O Enem necessita de mais tempo para se consolidar".

    O Enem foi reformulado em 2009, para passar a selecionar calouros para universidades. O exame já enfrentou problemas como vazamento de prova e impressão errada de gabarito.

    No Sisu, o aluno usa a nota no Enem para disputar postos em universidades, principalmente federais, no país todo.

    Segundo o governo federal, essa possibilidade de mobilidade é uma das principais vantagens do seu sistema.

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