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    Manter o filho na escola o dia todo é econômico, mas exige planejamento

    GILMARA SANTOS
    COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

    13/09/2015 02h00

    Colocar os filhos em uma escola integral pode ser uma forma de economizar dinheiro e garantir mais atividades aos filhos, mas ainda é preciso colocar os gastos no papel para saber se vale a pena.

    Em média, o ensino integral custa entre 70% a 80% mais do que o regular, diz Amabile Pacios, presidente da Fenep (Federação Nacional das Escolas Particulares).

    "É uma tendência mundial. Se os pais fizerem a conta, com certeza ficam com a escola integral. Mas vale ressaltar que a questão financeira não é decisiva", completa.

    A psicóloga Fernanda Gregório optou por educação integral para Beatriz, 9, desde que a filha tinha um ano e meio. Pela manhã a criança tem aulas normais e, à tarde, atividades como aulas de robótica, natação, teatro e balé. Além disso, faz duas refeições e o dever de casa. O valor total é de R$ 1.900 mensais.

    "Se tivéssemos que pagar uma pessoa para cuidar dela e todos esses cursos extras, certamente teríamos uma despesa maior. Isso, sem falar que não teria tempo para levá-la", diz a mãe.

    "A questão financeira não é o mais importante. Acho que ter uma pessoa estranha cuidando da minha filha não ia fazer o papel que a escola faz", afirma a psicóloga.

    PLANEJAMENTO

    Para os gastos com educação não se tornarem um fardo no orçamento é preciso planejá-los com certa antecedência, apontam especialistas consultados pela Folha.

    A vantagem é que essas despesas costumam ser previsíveis, o que facilita a criação de um plano para pagar as contas sem traumas.

    "O problema é a falta de planejamento das famílias, já que as despesas são parcialmente conhecidas, e é possível programar os compromissos", diz o professor de finanças do Insper, Michel Viriato.

    Para que o gasto com educação não atrapalhe outras áreas, a economista Cristina Helena de Mello, da ESPM (Escola Superior de Propaganda e Marketing), sugere que ele não supere 20% do rendimento familiar.

    Nessa porcentagem estão incluídos todos os gastos –além de mensalidade e matrícula, é preciso pensar em material escolar, alimentação, transporte e atividades extras.

    Para Samy Dana, economista da FGV-SP (Fundação Getúlio Vargas) e colunista da Folha, destinar 20% para a vida estudantil dos filhos não causa grande impacto no orçamento familiar. Ele alerta, no entanto, que esse percentual depende da renda familiar e pode acabar crescendo.

    Quem tem mais de um filho pode gastar um pouco mais, desde que não ultrapasse a marca de 30% do rendimento, recomenda ele.

    Outra dica é guardar dinheiro durante o ano para algumas despesas sazonais, como a compra de livros ou uniforme no início das aulas.

    "As famílias deveriam guardar um percentual todos os meses para pagar a rematrícula e comprar o material escolar fora da época", aconselha o consultor financeiro Reinaldo Domingos.

    Ele também sugere que os pais busquem a escola para perguntar sobre passeios, viagens e eventos agendados para o ano letivo -assim é possível programar também esses gastos, diz ele.

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