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    Currículo de colégio integral tem de incluir tempo fora de sala e de ócio

    EDUARDO VASCONCELOS
    COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

    13/09/2015 02h00

    A falta de tempo é uma das razões pela quais pais optam pelo ensino integral para os filhos. Mas, como consequência, as crianças passam a ter muito tempo disponível na escola e é preciso saber o que fazer com ele.

    Educadores recomendam que o currículo de um curso integral não seja uma repetição das aulas tradicionais. A ideia é que ele promova atividades artísticas, esportivas e brincadeiras que possam ter relação com as disciplinas.

    "Ampliar o tempo de aprendizagem é trazer outros saberes para dentro da escola, aqueles que não são acadêmicos", diz Guillermina Garcia, do Centro de Estudos e Pesquisas em Educação e Ação Comunitária (Cenpec).

    Segundo ela, é importante que a escola consiga correlacionar o que é estudado em sala de aula nas demais atividades. Em uma aula de capoeira, pode-se trabalhar aspectos históricos e geográficos, diz ela.

    "Período integral não pode ser depósito de criança nem se transformar em um castigo", afirma Benjamin Ribeiro da Silva, presidente do Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino no Estado de São Paulo (Sieesp).

    Segundo ele, escolas que têm um programa definido para cada série estão conseguindo mais sucesso. "Seguir um currículo definido, em vez de só escolher o que se quer fazer, ajuda a melhorar o aproveitamento
    escolar."

    Silva aconselha os pais a verificarem se o currículo do integral prevê momentos livres, nos quais as crianças possam usufruir do espaço escolar como desejarem -lendo na biblioteca ou usando a internet, por exemplo.

    CULINÁRIA

    Com programa de ensino integral desde o infantil até o 5º ano do fundamental, o Colégio Mary Ward tem a proposta de utilizar todos os espaços da escola nesse módulo de ensino.

    Além de aulas na biblioteca, no laboratório de informática e na horta, as crianças desenvolvem projetos em grupo e realizam as tarefas de casa. Também há atividades esportivas, artísticas e de culinária.

    "Um risco que se corre com o período integral é a criança chegar e só fazer as atividades de casa", diz Alexandra Grassini, coordenadora do ensino integral do colégio.

    Com a preocupação de não exagerar nas atividades, o Colégio Visconde de Porto Seguro, que oferece período integral desde o ano passado, faz quatro avaliações por ano sobre o curso. O método reúne comentários dos alunos e um relatório para os pais sobre a participação dos filhos.

    "A proposta é de ampliar a formação geral do aluno", afirma Tânia Ruivo, coordenadora do período integral do colégio. "Não criamos um ambiente de reforço escolar, mas de união de atividades que os pais costumavam buscar fora da escola."

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