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    Alunos inexperientes e aulas técnicas prejudicam cursos, diz professor

    FERNANDA PERRIN
    DE SÃO PAULO

    18/10/2015 02h00

    O MBA tradicional é tecnicista, focado demasiadamente em dados econômicos e busca ensinar gestão na teoria para jovens sem experiência, quando a atividade é essencialmente prática.

    Essa é a visão de Alexandre Faria, coordenador no Brasil do IMPM (Programa Internacional de Mestrado em Gestão Prática), uma parceria da Fundação Getulio Vargas com faculdades de administração da Índia, China, Inglaterra e Canadá.

    Ricardo Borges/Folhapress
    O professor Alexandre Faria, coordenador de MBA da FGV
    O professor Alexandre Faria, coordenador de MBA da FGV

    Confira abaixo trechos da entrevista concedida por Faria à Folha, por telefone.

    *

    Folha - Qual sua crítica ao modelo de MBA tradicional?
    Alexandre Faria - Na maioria dos MBAs de tradição anglo-americana, há uma certa distância entre o que é ensinado e a experiência dos praticantes. Não são poucos os casos em que os cursos encontram estudantes recém saídos da graduação, quando eles não podem contribuir com a construção e troca de conhecimentos da educação porque falta a eles bagagem para que possam discutir.

    Que problemas isso acarreta?
    Os estudos de caso são sempre trazidos pelo professor, o que torna o programa unidirecional e enviesado. Em particular, o viés de que o conhecimento em gestão pode ser aprendido na sala de aula, sendo que grande parte da compreensão da área é obtida com a prática.

    Em termos de conteúdo, o sr. tem outras críticas ao modelo?
    Em geral, os programas de MBA educam gestores focados em resultados de natureza econômica. Mas nós temos vários escândalos em que gestores causam problemas, por conta dessa bagagem reducionista frente à realidade da gestão. Há uma série de preocupações com os problemas gerados pela incapacidade dos gestores que saem desses cursos de reconhecerem as crises, como a de Wall Street em 2008.

    Como o modelo do IMPM se diferencia do tradicional?
    Nós tentamos escapar dessa disciplinação economicista e tecnicista. É um MBA um pouco mais humano. Antes do gestor tomar uma decisão, ele deve identificar as implicações coletivas.

    RAIO-X
    ALEXANDRE FARIA

    O que faz
    Coordenador no Brasil do International Masters Program in Practicing Management e professor da Fundação Getulio Vargas

    Formação
    Ph.D em administração de empresas pela Universidade de Warwick (Inglaterra)

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