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    Superdotados de SP estudam astros e fazem experiências científicas

    FELIPE SOUZA
    DE SÃO PAULO

    18/10/2015 02h00

    As 35 crianças matriculadas na única associação para superdotados da capital paulista assistem a aulas avançadas de vários assuntos, como corpo humano e sistema solar.

    O teste da APAHSD (Associação Paulista para Altas Habilidades e Superdotação) para avaliar se a criança tem altas habilidades é feito por dez pessoas, entre professores e psicólogos, e dura quatro dias. Dez crianças, em média, fazem a avaliação por mês.

    Tímido, Gabriel, 6, conta que prefere frequentar a associação à escola. O garoto demonstra euforia ao contar da experiência científica que fez no local. "Deixamos um osso de molho no vinagre por uma semana e ele ficou mole, parecia uma borracha. Por isso devemos evitar o consumo de produtos ácidos."

    Enquanto os colegas se esforçavam para aprender as vogais e contar até dez, aos quatro anos Gabriel escrevia seu nome completo e sabia contar até cem. Ele frequenta a APAHSD uma vez por semana. Lá, ele e os pais recebem orientações de como exigir exercícios mais difíceis em áreas que ele tem facilidade.

    Após o diagnóstico da associação, a escola avançou Gabriel um ano escolar –ele está hoje no 1º ano do ensino fundamental. "Levei um susto quando descobri que ele tem altas habilidades, mas depois vi que foi muito melhor para ele", diz a analista de sistemas e mãe de Gabriel, Denise Lemes de Almeida, 46.

    A filha de quatro anos da advogada Carolina de Souza Castro, 34, frequenta a associação há dois anos. "Quando ela começou a engatinhar, seguia uma trilha feita em meio a formas geométricas de um tapete que havia na casa da minha mãe", diz Carolina.

    Inaugurada em 2005, no Campo Belo (zona sul), a APAHSD atende também crianças de outros Estados. O valor da prova e da mensalidade não foram informados. A entidade alega que avalia a situação financeira de cada família para compor o preço.

    A presidente, Ada Cristina Toscanini, afirma ter feito parceria com a prefeitura para atender 200 alunos da rede municipal, mas só quatro estão matriculados. O número é pequeno, diz ela, porque o município não consegue encontrar os superdotados da rede. A prefeitura informou que prefere manter o aluno na própria escola, com o programa de Atendimento Educacional Especializado.

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