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    Alckmin é vaiado por professores em evento de inauguração de um viaduto

    DE SÃO PAULO

    27/10/2015 13h34

    O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), foi vaiado nesta terça-feira (27) durante um evento de inauguração de um viaduto de ligação entre Campo Limpo Paulista e a rodovia Edgard Máximo Zamboto (SP-354).

    O protesto era de um grupo de professores contrário às mudanças na rede estatual paulista. Entre gritos e palavras de ordem, parte dos manifestantes discutiu de forma áspera com integrantes da comitiva do tucano, informou a Rádio Bandeirantes.

    Veja abaixo vídeo do ato gravado por Renato Antonio da Silva, morador da Várzea Paulista, que estava no local.

    Veja vídeo

    Após uma série de protestos, a gestão Alckmin recuou e anunciou nesta segunda-feira (26) que 311 mil alunos da rede estadual vão trocar de escola a partir do ano que vem –a previsão era transferir até 2 milhões.

    A reorganização visa dividir os colégios estaduais de SP por ciclos de ensino para facilitar a gestão das unidades. Na prática, as escolas paulistas com segmento único passarão de 28% para 43% e 6% ainda manterão três ciclos.

    Em nota, a bancada do PSDB na Câmara afirma que o protesto desta terça foi organizado por "um grupo de sindicalistas ligados à Apeoesp, entidade que tem a maioria dos seus dirigentes comprovadamente filiados ao PT". Segundo o texto, o ato foi "movimento político-partidário fora do período eleitoral".

    Pela proposta apresentada no mês passado pelo secretário Herman Voorwald (Educação), a maioria das unidades já passaria no ano que vem a ter classes de só um dos três ciclos do ensino básico –anos iniciais (1º ao 5º) e finais (6º ao 9º) do ensino fundamental e ensino médio. Além disso, nenhuma escola teria três etapas, e até dois milhões de alunos poderiam ser transferidos de colégio.

    A gestão Alckmin diz que os números anteriores eram uma estimativa e desvincula qualquer mudança de planos à pressão de alunos, pais e professores –que, desde setembro, organizam protestos por temerem fechamento de escolas e remanejamento para outras mais distantes.

    Mudanças na educação

    O governo diz que os impactos da mudança ficaram menores por critérios técnicos. Cita que, ao analisar escola por escola, identificou que em alguns casos não era possível fazer a transferência -alunos teriam, por exemplo, que atravessar uma rodovia chegar à nova escola.

    O resultado foi considerado satisfatório pela pasta. Em relação ao número de transferidos, ela diz que à época queria se referir ao total de alunos impactados –incluindo os que vão receber novos colegas de escola. Por essa conta, serão 1,4 milhão em 2016.

    Ainda como saldo da mudança, como antecipou a Folha, 94 dos 5.147 colégios estaduais deixarão de receber alunos do ensino fundamental ou médio. Eles vão virar creches, escolas técnicas ou colégios para educação de jovens e adultos. Por outro lado, 2.956 salas que estavam ociosas passarão a ter estudantes.

    A gestão Alckmin afirma que nenhum aluno será transferido para unidade com distância superior a 1,5 km, mas a relação de escolas remanejadas ainda não foi divulgada. A Apeoesp (sindicato docente) ameaça novos protestos contra a medida –diz que não foi ouvida e que professores podem ser prejudicados.

    "Os professores, transferidos na marra, terão de disputar disciplinas com aqueles já lotados nessas escolas. Ganha quem tiver mais tempo de serviço. Quem não conseguir manter sua carga horária, terá seu salário reduzido", disse a presidente da entidade, Maria Izabel Noronha.

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