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    Professores ficam feridos durante confusão com PM em escola invadida

    ARTUR RODRIGUES
    DE SÃO PAULO

    14/11/2015 20h41

    Ao menos dois professores ficaram feridos em uma confusão com a Polícia Militar na tarde deste sábado (14) em uma escola estadual invadida no Jardim Angela, no extremo sul da cidade.

    O colégio José Lins do Rego foi ocupada por integrantes do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto), em protesto contra a reorganização dos ciclos de ensino em escolas estaduais. Mas no momento do tumulto havia alunos, pais e professores, que participavam de uma audiência sobre a reforma do ciclo escolar.

    De acordo com professores da escola, policiais militares tentaram fechar a unidade. Os docentes tentavam entrar, porque os estudantes estavam dentro da escola e, segundo eles, nesse momento ocorreu a agressão.

    O professor de história Edvan Costa foi algemado e levado ao Hospital do M'Boi Mirim. A Folha teve acesso a um vídeo que mostra o docente no chão. Em seguida, um policial pisa no docente e força o cassetete contra o corpo dele.

    "Fiquei presa na porta, eu caí no chão, fiquei sem fôlego", disse a professora de filosofia Jaiane Estevam, 30. Chorando e com a blusa rasgada, ela estava a caminho da delegacia para fazer exame de corpo de delito.

    O professor de educação física Márcio Batista, 50, relatou ter sido atingido com cassetete e spray de pimenta, mas teve apenas ferimentos leves. No entanto, segundo ele, o professor Edvan Costa foi agredido muitas vezes com cassetete.

    Um dos coordenadores do MTST, Sidney Paiva, 42, afirmou que um dos motivos para o movimento entrar na escola é que muitos filhos de militantes estudam no local, que fica perto da maior ocupação do grupo, Nova Palestina.

    Os alunos decidiram se juntar à ocupação do MTST.

    "Nossa escola não vai fechar, mas vai receber alunos de outras cinco escolas. Hoje, ela já é superlotada, com salas de mais de 50 alunos", disse o estudante Jean Lisboa, 17.

    Em nota, a SSP (Secretaria de Segurança Pública) informou que a escola foi invadida por cerca de 150 integrantes do MTST, que deixaram o local após acordo feito pela PM.

    Porém, alguns manifestantes, do grupo e ligados a Apeoesp (sindicato dos professores), teriam voltado a ocupar a unidade de ensino. Nesse momento, ao menos um policial foi agredido.

    "Um soldado da PM foi ferido por uma garrafada na cabeça por um notório militante do sindicato, que foi contido e levado à delegacia para registro da ocorrência", afirma o texto. A pasta destaca que a PM combate "invasões ilegais, como a ocorrida neste sábado", e atua para "garantir a segurança de todos os presentes".

    Infográfico: Mudanças na educação

    OUTRAS ESCOLAS

    Ao menos oito escolas estão ocupadas por estudantes neste sábado. Outras seis foram invadidas por integrantes do MTST.

    Os manifestantes protestam contra a decisão do governo Geraldo Alckmin (PSDB) de dividir parte dos colégios estaduais por ciclos únicos de ensino (anos iniciais e finais do fundamental e o médio).

    Esse plano prevê para 2016 o fechamento de 93 escolas e o remanejamento de 311 mil alunos –a rede estadual tem 5.147 escolas e atende a 3,8 milhões de alunos. Ao todo, 754 escolas atenderão só um ciclo de ensino no Estado.

    Neste sábado, na escola Fernão Dias Paes, a primeira a ser invadida –na terça (10)–, o clima era tranquilo após a PM desfazer o cerco ao local. Na sexta (13) à noite, a Justiça revogou a reintegração de posse do colégio que havia sido decretado anteriormente.

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