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    PM detém alunos que tentavam invadir escola onde estudou José Serra

    FELIPE SOUZA
    DE SÃO PAULO

    24/11/2015 11h43

    A Polícia Militar deteve nesta terça-feira (24) um grupo de estudantes que tentava invadir a escola estadual Antônio Firmino de Proença, na Mooca, zona leste de São Paulo.

    A PM informou que oito estudantes foram detidos enquanto danificavam o colégio. Com eles, a polícia apreendeu cadeados, correntes e um martelo.

    A reportagem da Folha tentou conversar com os estudantes, que se recusaram a dar qualquer declaração sobre o fato. Eles levados para o 8°DP (Brás), onde o caso foi registrado. A diretoria de ensino da região disse que três dos oito alunos estudam no colégio.

    A unidade foi frequentada pelo ex-governador de São Paulo José Serra entre os anos de 1955 e 1959, e tem histórico com confusões entre alunos. Em 2012, um estudante de 13 anos foi esfaqueado durante uma briga dentro da escola. O aluno foi atingido no braço esquerdo na altura do ombro por outro colega, também de 13 anos, armado com uma faca. O aluno foi medicado e liberado no mesmo dia.

    A diretoria de ensino da região informou que os alunos do período da manhã realizaram o Saresp, mas que lamenta que os estudantes da tarde não tenham realizado a prova. Segundo a diretoria, alunos e outras pessoas não identificadas ocupam a unidade neste momento, o que impediu a aplicação da prova. Por fim, a direção diz que está "aberta ao diálogo e à disposição dos ocupantes, que não apresentaram qualquer reivindicação até o momento".

    ESCOLAS INVADIDAS

    A Secretaria de Estado da Educação informou na noite desta segunda (23) que 108 unidades foram invadidas por estudantes no Estado de São Paulo. A onda de invasões inicia sua terceira semana em protesto contra o fechamento e reestruturação de unidades previsto pela gestão Geraldo Alckmin (PSDB) para 2016.

    Estudantes de escolas estaduais decidiram invadir as unidades em protesto contra a reforma nos ciclos de ensino. De acordo com proposta da gestão Geraldo Alckmin (PSDB), 92 escolas serão fechadas em 2016.

    A manifestação, iniciada no dia 9 deste mês na Grande São Paulo, se espalhou pelo Estado. Veja no mapa abaixo onde ficam as escolas invadias por alunos e familiares contra a reorganização da rede proposta pelo governo.

    Infográfico: Mudanças na educação

    Nesta segunda, o Tribunal de Justiça de São Paulo negou pedido de reintegração de posse das escolas tomadas. A decisão dos três desembargadores da 7ª Câmara de Direito Público foi unânime. Eles entenderam que não se trata de questão de posse, e que o objetivo dos estudantes é abrir uma discussão com o Estado sobre a reorganização da rede de ensino.

    Foi a segunda decisão da Justiça neste sentido –na semana retrasada, o juiz Luis Felipe Ferrari Bedendi mudou de ideia e reverteu sua própria decisão de pedir a reintegração, também por entender que não se tratava de uma questão de posse, mas de uma questão de política pública, "a merecer melhor atenção do Executivo".

    Uma nova audiência de conciliação foi convocada pelo Tribunal ao final do julgamento desta segunda (23). O encontro voluntário entre professores, alunos e governo do Estado foi marcado para algumas horas depois, mas foi cancelado por falta de quórum -a Secretaria de Educação não enviou representantes.

    PROVA CANCELADA

    A Secretaria Estadual de Educação informou nesta segunda que a principal avaliação da qualidade do ensino na rede do Estado não será aplicada nas escolas invadidas.

    Além de medir a qualidade do ensino, a prova (chamada Saresp) baliza o pagamento de bônus por desempenho a professores e diretores. "A medida [cancelamento] foi anunciada após a pasta certificar que a segurança dos estudantes e funcionários dessas unidades não está garantida", afirmou a Secretaria da Educação.

    "Os aspectos relacionados ao pagamento do bônus por resultado serão estudados do ponto de vista legal e comunicados posteriormente", completou a pasta.

    Os servidores podem receber até 2,9 salários extras caso suas escolas atinjam as metas no Saresp e de fluxo (aprovação de estudantes). A Apeoesp também tem sugerido que estudantes e professores (que aplicam o Saresp) boicotem o exame.

    Mapa: Escolas invadidas em SP

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