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    'É vagabundice', diz motorista parado em protesto de alunos em SP; veja vídeo

    DE SÃO PAULO

    02/12/2015 18h37

    Um empresário que ficou preso no trânsito devido a um protesto de estudantes na tarde desta quarta-feira (2) em São Paulo chamou o ato de "vagabundice".

    "Eu acho que tudo é uma vagabundice. Quantos representam nós aqui? Ninguém. Quem é que está representando eles aí? Ninguém", disse João Pesareli.

    Ele ficou parado nas imediações do cruzamento das ruas Teodoro Sampaio e Henrique Schaumann, em Pinheiros, zona oeste da capital.

    "Quantos que têm representatividade isso aí? Nenhuma, nem eles sabem o que estão fazendo aí. Meu direito de ir, cadê?", questionou.

    O protesto é contra a reorganização das escolas públicas de São Paulo implantada pela gestão Geraldo Alckmin (PSDB). O plano oficial prevê a divisão das escolas por ciclos únicos (anos iniciais e finais do fundamental e o médio) e o fechamento de mais de 90 unidades.

    Além de reclamar do protesto, Pesareli pediu a identificação da reportagem da Folha e registrou o crachá do repórter Leandro Machado com seu celular.

    Pesareli disse ainda que tirou fotos de diversos estudantes que participavam do protesto, mas também não explicou o que irá fazer com as imagens.

    Em perfil no Twitter, Pesareli se identifica como "empresário do ramo alimentício".

    No Facebook, ele afirma que mora em Olímpia (a 438 km de São Paulo) e que já foi professor e diretor de um colégio técnico.

    PROTESTO

    Um grupo de cerca de 150 manifestantes bloqueou o cruzamento das ruas Teodoro Sampaio e Henrique Schaumann, em Pinheiros, zona oeste de São Paulo, por volta das 17h30 desta quarta.

    Para fugir do protesto, alguns motoristas fizeram retorno pelo canteiro central das vias, uma das principais ligações da zona oeste com com a região central da cidade.

    Desde o início da semana, estudantes têm adotado a estratégia que chamam de "trancamento" de avenidas para chamar a atenção de suas manifestações. Em três casos recentes, a Polícia Militar precisou intervir com o uso da força para liberar o tráfego.

    A onda de atos ganhou corpo nesta terça (1°). À noite, um protesto na av. Nove de Julho terminou em confronto com a polícia, que usou bombas de gás para desbloquear a via. Alguns revidaram com pedras.

    Segundo o governo, o objetivo da reorganização é melhorar a qualidade do ensino e evitar, por exemplo, que alunos de seis anos frequentem a mesma unidade de adolescentes de 17 e 18 anos.

    Para isso, 92 escolas serão fechadas e cerca de 300 mil alunos serão remanejados. A rede paulista tem 5.147 escolas e 3,8 milhões de estudantes. Se o plano for implementado em sua totalidade, 754 escolas passarão a ter um só ciclo a partir do próximo ano.

    Mas a ideia enfrenta resistência de parte dos alunos afetados –191 escolas estão ocupadas em protesto contra a mudança. Além disso, o Ministério Público do Estado decidiu entrar com ações na Justiça para derrubar a proposta do governo.

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