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    PM intervém com bombas para liberar bloqueio de alunos em Pinheiros

    DE SÃO PAULO

    02/12/2015 18h54

    A Polícia Militar interveio com bombas de efeito moral para liberar o cruzamento das ruas Teodoro Sampaio e Henrique Schaumann, que estava sendo bloqueado por estudantes da rede estadual de ensino.

    Os estudantes realizam um protesto contra a reorganização das escolas anunciada pela gestão Geraldo Alckmin (PSDB) para 2016.

    A ação da PM dividiu quem assistia à cena. Enquanto motoristas ajudavam policiais a retirar as cadeiras que antes bloqueavam a Henrique Schaumann, outros gritavam "vergonha" para os policiais.

    Após as bombas, a PM reforçou o policiamento no bairro de Pinheiros.

    Um grupo de cerca de 150 manifestantes bloqueou o cruzamento das ruas Teodoro Sampaio e Henrique Schaumann, em Pinheiros, zona oeste de São Paulo. O grupo ficou cerca de 1h30 bloqueando o trânsito.

    Desde o início da semana, estudantes têm adotado a estratégia que chamam de "trancamento" das avenidas para chamar a atenção de suas manifestações. Em três casos recentes, a PM precisou intervir com o uso da força para liberar o tráfego.

    Duas pessoas foram detidas e encaminhadas ao 14º DP por desacato e desobediência.

    Nesta quarta, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) disse que há motivação política na ação dos estudantes. "Não é razoável a obstrução de via pública. É nítida que há uma ação política do movimento", disse ele.

    Leandro Machado/Folhapress
    Protesto de Estudantes da rede estadual fecham avenida em Pinheiros
    Protesto de Estudantes da rede estadual fecham avenida em Pinheiros

    O advogado Alberico Gazzineo, 30, é um dos presos no trânsito. "Eu acho absurdo qualquer tipo de protesto. A gente tem que mostrar pro mundo que estamos parados? Que investidor vai vir para cá? O Brasil já está parado. Fiquei parado duas horas no trânsito na marginal e agora isso. Estou a 5 minutos do escritório ", reclama.

    Entre os motoristas presos no trânsito, estão membros da torcida organizada do Palmeiras, que estavam indo em direção ao estádio do time, ver a final da Copa do Brasil, que ocorrerá nesta noite. Após, uma negociação com os alunos, alguns torcedores conseguiram passar.

    Outros presos no trânsito incitavam que os policiais que acompanham a manifestação dispersem os alunos. Um tenente da PM avisou aos alunos do protesto que a via será liberada, nem que a força policial tenha que ser utilizada.

    TENSÃO

    Na última terça (1º), houve conflito dentro da escola Maria José, no centro, após pais e professores tentarem a desocupação do colégio. A PM chegou a usar gás de pimenta na ação.

    À noite, um protesto na av. Nove de Julho, com alunos contrários à reorganização, terminou em confronto com PMs, que usaram bombas de gás para desbloquear a via. Alguns revidaram com pedras.

    Mais cedo, em Osasco (Grande SP), a escola Coronel Antônio Paiva de Sampaio, que estava ocupada, foi depredada. Os autores não foram identificados. Os alunos negam que tenham sido eles e citam ação de desconhecidos.

    Nesta quarta-feira (2), mais cedo, houve um princípio de tumulto entre alguns estudantes e a Polícia Militar. Os policiais tentaram retirar a força alunos que protestavam no meio da avenida Doutor Arnaldo. Alguns policiais usaram cassetetes para imobilizar os manifestantes.

    DISPUTA

    O plano do governo Estadual, já publicado em decreto, prevê a divisão das escolas por ciclos únicos (anos iniciais e finais do fundamental e o médio). Segundo o governo, o objetivo é melhorar a qualidade do ensino e evitar, por exemplo, que alunos de seis anos frequentem a mesma unidade de adolescentes de 17 e 18 anos.

    Para isso, 92 escolas serão fechadas, e cerca de 300 mil alunos serão remanejados a rede paulista tem 5.147 escolas e 3,8 milhões de estudantes. Ao todo, 754 unidades novas escolas terão só um ciclo no Estado a partir do próximo ano.

    O plano encontra resistência de parte dos alunos afetados -191 escolas estão ocupadas em protesto contra a mudança. Além disso, o Ministério Público do Estado decidiu entrar com ações na Justiça para derrubar a proposta da Secretaria do Estado de Educação de São Paulo.

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