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    Aluno fica sem passe livre durante reposição de aula em janeiro

    SIDNEY GONÇALVES DO CARMO
    DE SÃO PAULO

    06/01/2016 17h00

    Estudantes que retomaram às aulas em janeiro depois das escolas serem ocupadas em protesto contra à reorganização dos ciclos proposta pela gestão Geraldo Alckmin (PSDB) estão tendo que pagar suas passagens nos coletivos.

    Alice Barbosa da Silva, 31, conta que o filho foi usar o bilhete escolar nesta quarta-feira (6) para ir até a escola e estava bloqueado. "Ele não conseguiu usar o bilhete porque ele estava sem saldo e bloqueado. Entrei em contato com o 156 e disseram que a escola era responsável por liberar o bilhete."

    Segundo Silva, o filho tem créditos da cota de passe livre, que garante gratuidade nos coletivos municipais. Têm direito ao benefício os alunos da rede pública de ensino (ou bolsistas em escolas particulares); universitários da rede particular que tenham bolsa do Prouni ou financiamento pelo Fies. Para conseguir o passe livre, o estudante deve pagar uma taxa anual de validação do Bilhete Único Estudante (R$ 24,50).

    O filho de Alice, Felipe Aragão da Silva Wiaczorek, 15, estuda na escola Fernão Dias Paes, que depois de 55 dias ocupada retomou nesta quarta às atividades. Na secretaria do colégio, Alice foi informada de que o problema não era com a SPTrans porque eles não tinham como verificar. Ela também afirmou que outros estudantes do colégio tiveram o mesmo problema. "Um amigo do meu filho teve que descer do ônibus e voltar para casa porque o bilhete não estava liberado."

    Alice reclama da situação por não ter condições de pagar todos os dias as passagens do filho. "Sou mãe solteira e para mim ter que pagar do meu bolso todos os dias é complicado. Além disso, a passagem vai aumentar no sábado de R$ 3,50 para R$ 3,80 e meu filho terá que estudar de sábado e feriado."

    As aulas reiniciadas nesta quarta são reposições referentes ao período que os estudantes ficaram sem estudar por causa da ocupação. Segundo a direção do colégio, elas devem ocorrer até o dia 5 de fevereiro, inclusive aos sábados. O ano letivo começa em 15 de fevereiro –dez dias depois.

    A SPTrans (empresa municipal de transporte) afirmou que as cotas estão relacionadas ao ano letivo e que a Secretaria de Estado da Educação deveria ter informado sobre o calendário de reposição escolar.

    "A secretaria não informou à SPTrans o calendário de reposição escolar relacionado ao caso das ocupações de escolas. Com uma solicitação formal do governo estadual, a SPTrans poderá avaliar os custos necessários para a emissão de novas cotas em caráter extraordinário", disse, em nota, a empresa.

    A Secretaria de Estado da Educação afirmou que já enviou ofício protocolando a necessidade dos alunos da Fernão Dias terem os cartões desbloqueados para que sejam atendidas as necessidades de transporte. A secretaria diz ainda que o benefício vale somente para os alunos que já o recebem e que cada escola precisa solicitar o pedido de desbloqueio.

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