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    Pós-graduação

    Mais curto e barato, curso de extensão é alternativa a pós convencional

    MICHELE LOUREIRO
    COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

    31/01/2016 02h00

    Falta de tempo ou dinheiro para fazer uma pós-graduação longa não significa ter que parar de estudar.

    De olho em profissionais que não podem se comprometer com um mestrado ou MBA, faculdades têm ampliado a oferta de cursos de extensão, mais curtos, mais baratos e, normalmente, focados em apenas um tema.

    "Com a crise econômica, observamos queda na procura por graduação e pós-graduação, mas os cursos de extensão estão em alta", diz a coordenadora de Carreiras da Pós-Graduação da ESPM (Escola Superior de Propaganda e Marketing), Márcia Portazio. A instituição diz ter formado mais de 5.000 alunos na modalidade em 2015.

    O Ibmec, no Rio de Janeiro, também percebeu aumento na demanda para a modalidade e passou a oferecer novos cursos de 60, 90 e até 120 horas. Os valores começam em R$ 990 reais e chegam a R$ 10 mil. Enquanto isso, uma pós-graduação na mesma instituição custa em torno de R$ 18 mil a R$ 35 mil.

    Modalidade dos curso de pós-graduação

    "Os profissionais perceberam que, mesmo num momento de dificuldades, não podem ficar parados", explica a coordenadora de Educação Executiva da instituição, Renata Nogueira.

    Foi o caso da gerente de produtos Kelly Moreira, 30, que já fez quatro cursos de extensão ao longo de sua carreira, além de um master em marketing na ESPM. O último, conta, foi essencial para uma promoção. "Fiz um curso de dois meses com aulas diárias e mergulhei no universo de e-commerce, o que melhorou meu desempenho no trabalho", diz ela.

    Assim como Kelly, Gustavo Vedotti, 28, recorreu a um curso curto para melhorar habilidades específicas. Pouco depois de fundar uma empresa de serviços em tecnologia para comércio eletrônico, ele sentia falta de conhecimentos em liderança para comandar uma equipe que hoje já chega a 30 funcionários.

    Depois de desistir de um MBA por sentir falta de conteúdo prático, ele optou por fazer um curso de extensão em gestão de pessoas na FGV em 2015, mais útil para seu momento de carreira. "Decidi que, em vez de tentar novamente um curso longo, farei mais outros três de extensão neste ano", afirma.

    Segundo Ricardo Amaro, diretor de recursos humanos da Ticket, a atualização frequente é valorizada pelo mercado e conta na hora de contratar ou promover alguém. Cerca de 10% dos 850 funcionários da empresa estão fazendo algum curso de extensão, afirma Amaro.

    COMO ESCOLHER

    Para que os cursos sejam realmente úteis, porém, é preciso escolher bem a instituição, alerta Alexandre Slivnik, diretor-executivo da Associação Brasileira de Treinamento e Desenvolvimento. Ele recomenda que os interessados pesquisem a credibilidade da escola e a grade oferecida em cada curso para que não haja nenhuma decepção.

    Já Irene Azevedo, diretora da consultoria de RH LHH|DBM, diz que os cursos não substituem formatos mais longos, como pós-graduação e MBA. Ela aconselha que o profissional deve optar pela modalidade quando tiver a meta de dar guinadas na carreira e aprender conteúdos específicos.

    "Para um jovem recém-formado, os cursos mais longos, como pós-graduação e MBA, são mais interessantes porque apresentam um universo mais amplo de aprendizado. Em um segundo momento, cursos de extensão servem como complemento e atualização", diz Azevedo.

    Essa tendência pode ser verificada no Insper, em São Paulo, que tem aulas nos segmentos de liderança, negócios, marketing, direito, finanças e empreendedorismo.

    "A maior parte dos nossos alunos são executivos de médias e grandes empresas", diz Roberto Pedote, diretor dos programas de Educação Executiva da instituição.

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