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    Índice de educação em SP melhora, mas ainda está longe da meta

    FÁBIO TAKAHASHI
    DE SÃO PAULO

    04/02/2016 11h58 - Atualizado às 22h01

    Os indicadores educacionais melhoraram na rede estadual paulista em 2015, apontam dados apresentados nesta quinta-feira (4) pelo governo Geraldo Alckmin (PSDB). A qualidade, porém, ainda está longe da meta.

    Numa escala de 0 a 10, o Idesp (principal indicador da qualidade do ensino na rede estadual) subiu de 1,93 para 2,25 no ensino médio, em relação a 2014. A meta para ser alcançada em 2030 é 5.

    O indicador considera provas de português e de matemática, chamadas de Saresp, aplicadas em novembro passado, quando a rede enfrentava protestos contra a reorganização do sistema.

    Idesp - Escala varia de 0 a 10

    O Idesp também considera a proporção de estudantes aprovados. No primeiro ciclo do ensino fundamental, o indicador foi de 4,76 para 5,25.

    Essa etapa precisa crescer 1,75 ponto para atingir a meta em 2030, menos que o ensino médio, que tem de subir 2,75.

    A rede paulista almeja estar, em 14 anos, com a qualidade média dos países desenvolvidos, algo semelhante ao nível do Reino Unido.

    Desempenho dos alunos - Português

    Desempenho dos alunos - Matemática

    MATEMÁTICA

    Considerando apenas as provas, o maior crescimento ocorreu em matemática no ensino médio, em que a média subiu de 270 para 281 (numa escala de 0 a 500).

    Apesar do crescimento, os estudantes do antigo colegial se formam na principal rede de ensino do país com conhecimento que era esperado para ter sido atingido três séries atrás, ao fim do fundamental.

    No 3º ano do ensino fundamental, houve recuo na média em português (caiu de 193 para 184).

    No geral, o governo comemorou o resultado. Para Alckmin, o desempenho foi "impressionante". Segundo o tucano, "até 2030 vamos chegar aos indicadores dos países mais desenvolvidos".

    A secretária-adjunta de Educação, Cleide Bochixio, atribuiu o avanço em quase todos indicadores a algumas políticas implementadas ou aprofundadas ano passado.

    Entre elas estão uso de games e plataformas online para ajudar no reforço escolar; avaliação durante o ano, para identificar problemas antes do término do período; e simulados do Saresp e da Prova Brasil (exame nacional).

    Infográfico: Participação de alunos no Saresp

    "Há muito o que melhorar, mas os resultados mostram que ações empregadas estão repercutindo positivamente", disse o secretário de Educação, José Renato Nalini, que assumiu no mês passado.

    Pesquisador da Faculdade de Educação da USP, Ocimar Alavarse disse que os dados precisam ser mais analisados.

    Ele disse ser "estranho" que os alunos do ensino médio tenham conseguido subir 11 pontos em matemática, mas só 2 em português. "Em geral, quando um melhora, melhora o outro também."

    A superintendente do Cenpec (ONG que atua com formação docente), Anna Helena Altenfelder, afirmou que os programas do governo parecem mesmo estar na direção correta. "Mas não sabemos se as escolas com mais dificuldades melhoraram, que é o que mais importa."

    O governo não divulga notas dos colégios de forma sistematizada, para que a análise seja feita —alega que é para evitar rankings de colégios.

    SARESP

    Com as ocupações nas unidades de ensino em todo o Estado de São Paulo, houve um boicote dos estuantes para a realização do Saresp, prova da rede estadual, que teve no ano passado a menor participação de alunos desde ao menos 2007.

    Por meio de panfletos, visitas e redes sociais, a Apeoesp (sindicato docente) e os estudantes das ocupações defenderam que alunos não comparecessem ou não resolvessem o exame, realizado no final de novembro.

    Na edição de 2015, de 1,1 milhão de alunos esperados, 915 mil (80,5%) compareceram. No ano anterior, foram 85,1%, índice que já chegou a 90,3%, em 2009. Apesar disso, o governo paulista diz que estatísticos analisaram e não detectaram problema na confiabilidade dos dados.

    Infográfico: Participação de alunos no Saresp

    OCUPAÇÃO

    Estudantes, pais, sindicatos e movimentos sociais ocuparam escolas e fizeram manifestações contra a medida da gestão do governador Geraldo Alckmin (PSDB) de reorganizar os ciclos de ensino. O Ministério Público, universidades e ONGs também foram contrários à reorganização.

    No dia 4 de dezembro, Alckmin recuou e suspendeu a reorganização dos ciclos das escolas estaduais. Logo em seguida ao anúncio, Herman Voorwald pediu demissão do cargo de secretário estadual da Educação.

    No dia 22 de janeiro, Alckmin anunciou o ex-presidente do Tribunal de Justiça de São Paulo, José Renato Nalini, 70, como o novo secretário estadual de Educação de São Paulo.

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