Os estudantes que estavam havia três dias no plenário da Assembleia Legislativa de São Paulo decidiram respeitar o prazo de 24 horas determinado pela Justiça e desocuparam voluntariamente o local.

O prazo estabelecido pelo juiz Sergio Serrano Nunes Filho venceria às 16h45 desta sexta-feira. Os estudantes começaram sair uma hora antes de expirar o prazo.

Se desrespeitassem a ordem judicial, cada estudante que permanecesse na Assembleia teria de pagar multa de R$ 30 mil. Cerca de 50 estudantes permaneciam no plenário até o fim da invasão. A reivindicação principal do grupo, de instalação de uma CPI da Merenda, não foi alcançada.

Das 32 assinaturas necessárias para sua instalação, apenas 25 foram atingidas. Os jovens tentavam convencer os deputados restantes, em sua maioria ligados ao governo Alckmin (PSDB), mas não tiveram sucesso.

Durante a semana, o presidente da Assembleia, Fernando Capez (PSDB), havia se comprometido a obter as sete assinaturas necessárias em dez dias se os estudantes desocupassem o plenário.

'AULA DE DEMOCRACIA'

Capez disse que a liminar foi decisiva para a desocupação pacífica. "Decidiram sair voluntariamente, porque teria a incidência da multa –um pedido feito pela Procuradoria da Casa. Eles solicitaram uma coletiva no plenário e a realização de uma audiência pública sobre a merenda, algo que acho justo e que acertaremos. A maneira como a Alesp lidou com a invasão foi uma aula de democracia", disse o deputado.

O tucano disse ainda que trabalhará para que seja instaurada a CPI da merenda, maior reivindicação dos estudantes, mas ponderou que os quatro dias sem trabalho atrapalharam esses esforços. Das 32 assinaturas, 26 já foram obtidas. "Não pode parecer que a invasão levou às assinaturas", afirmou.

Questionado sobre o valor de 30 mil reais de multa para cada estudante que desrespeitasse o prazo de 24 horas para deixar o prédio, Capez afirmou que ela foi "sem dávida alguma importante", mas disse ter fotografias de quatro computadores Apple no valor de 20 mil reais e informações de que houve gente chegando em carro blindado para a invasão: "o movimento estava um pouco heterogêneo, digamos".

O deputado Carlos Gianazzi (PSOL) prometeu que sua bancada vai obstruir todas as votações até que a CPI seja instalada.