O ministro da Educação, Aloizio Mercadante, afirmou nesta sexta-feira (6) que a pasta estuda premiar escolas e prefeituras que mais conseguirem trazer, de volta às salas de aula, crianças e adolescentes que estão fora das redes de ensino.

A medida faz parte de um novo programa lançado pelo governo que prevê uma busca ativa de cerca de 1,6 milhão de crianças e adolescentes, entre 4 a 17 anos, que hoje estão fora da escola.

	Adriano Machado - 15.mar.2016/Reuters
	O ministro da Educação, Aloizio Mercadante, deixa coletiva de imprensa

O número corresponde ao total de estudantes que estavam matriculados em 2014 e deveriam continuar os estudos no ano seguinte, mas que não foram localizados após análise feita com dados do Censo Escolar.

Deste grupo, 629 mil, ou cerca de 27,8%, tem entre 15 e 17 anos. Ao mesmo tempo, apenas 108 mil estão no ensino médio –o que indica que parte significativa desses alunos não se encontram na etapa esperada para a faixa etária.

Do total de ex-alunos hoje fora da escola, há ainda 363 mil entre 11 e 14 anos, 478 mil entre 6 e 10 anos e 193 mil entre 4 a 5 anos, segundo dados do MEC. Entre os Estados, o problema é maior na Paraíba, com 7,3% do total, seguido de Maranhão e Bahia.

Agora, a ideia é fazer uma força-tarefa, em parceria com equipes de saúde da família e assistentes sociais dos municípios, para localizar esses jovens e incentivá-los a retomar os estudos.

"Já temos uma tradição de premiar as boas práticas. Queremos criar uma premiação especial para a escolas e prefeituras que tiverem melhor resultado em trazer as crianças de volta", diz Mercadante. Uma das possibilidades, afirma, é alocar investimentos para melhoria das escolas.

FORA DA ESCOLA

A busca ocorre após o Ministério da Educação realizar um "mapa" com dados desses alunos que deixaram a escola. "Temos o nome da criança e do jovem, dos pais, da escola em que estavam, e o endereço onde morava até a data do censo. É muito provável que cheguemos aonde possa estar", afirma o ministro.

Ainda segundo o MEC, a força-tarefa deve identificar os motivos que levaram à evasão escolar e oferecer assistência por meio dos programas sociais já existentes. "O que explica essa questão não é só a renda", diz Mercadante, que lembra que, do total hoje fora da escola, 409 mil saíram de escolas particulares. "Temos que ir a fundo para saber".

"Uma criança fora da escola é certamente uma criança em risco", diz a ministra de Desenvolvimento Social, Tereza Campello. "Estamos tratando de uma criança que, se estivesse na escola, estaria no nosso radar e poderíamos ajudá-la".

Questionado, o Ministério da Educação não informou metas ou prazos para a iniciativa. A ideia é verificar os primeiros resultados já no próximo censo da educação básica.