Os pais apenas repassam aos filhos vestibulandos a pressão que eles mesmos sofrem da sociedade, diz a psicóloga, consultora em educação e colunista da Folha Rosely Sayão.

"Os pais são muito cobrados também, porque para a sociedade de hoje, o filho conseguir estudar em determinada faculdade, e não apenas conseguir qualquer estudo universitário, é uma questão de status, principalmente na classe média", afirma ela, em tom crítico.

De acordo com Sayão, os pais não deveriam dizer aos filhos que eles têm de superar concorrentes para ganhar determinada vaga, mas estimular apenas a competição do estudante consigo mesmo, para que ele possa atingir o melhor de si, sem se preocupar tanto com os outros.

	Zanone Fraissat-27.fev.2014/Folhapress
	A psicóloga e colunista da Folha Rosely Sayão

Para a psicóloga, também não é razoável, embora seja comum, esperar que o candidato passe imediatamente no funil do vestibular e entre em uma boa universidade só porque sempre estudou em escolas "boas e caras".

"O investimento que a gente faz nos filhos é um investimento a fundo perdido. A vida vai ser do filho. Pode ser que ele aproveite a escola caríssima, e pode ser que não. Tem que investir, mas não exigir depois o retorno, com juros e correção", afirma.

Rosely Sayão acrescenta, entretanto, que há um limite para o tempo que um aluno deve frequentar um cursinho pré-vestibular.

"Eu daria dois anos, no máximo. Não vejo o menor sentido nessa história de ficar três, quatro, cinco anos tentando. Se quer continuar, trabalhe e faça o cursinho à noite, pague o seu cursinho. Senão é tratar um quase adulto como uma criança."