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    Arquitetura na USP reserva 30% das vagas para escola pública

    PAULO SALDAÑA
    DE SÃO PAULO

    01/07/2016 02h00

    Nelson Kon
    Prédio da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (FAU-USP) - projeto de Vilanova Artigas - Ilustrissima - não usar ***DIREITOS RESERVADOS. NÃO PUBLICAR SEM AUTORIZAÇÃO DO DETENTOR DOS DIREITOS AUTORAIS E DE IMAGEM***
    Prédio da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP; 30% das vagas vão para rede pública

    A Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (FAU-USP) vai reservar 30% das vagas no próximo ano para alunos de escolas públicas. Metade dessas vagas será para pretos, pardos e indígenas.

    A seleção desses estudantes ocorrerá pelo Sisu (Sistema de Seleção Unificada). O sistema centraliza as instituições que usam o Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) como forma de seleção.

    Entre as unidades mais tradicionais, apenas a medicina não decidiu se entra no Sisu. Uma reunião no fim de julho deve tratar do assunto.

    A decisão na FAU foi tomada nesta quinta (30) pela congregação da unidade, com representantes de professores, funcionários e alunos.

    A reserva de vagas vale para os dois cursos da unidade: arquitetura e urbanismo, e design. Das 190 vagas, 57 estarão no Sisu de 2017. O restante continua pela Fuvest.

    Para a professora da FAU Raquel Rolnik, a decisão é histórica. "Significa o compromisso da escola com a democratização do ensino superior, uma questão que já é importante para a FAU."

    A adesão ao Sisu fez a faculdade suspender a prova de habilidades específicas –ponto que impedia a entrada da unidade no sistema.

    Rolnik explica que a suspensão é temporária. "Vamos rediscutir até maio de 2017 para encaminhar como será a prova de forma definitiva."

    INCLUSÃO

    No ano passado, quando a USP iniciou a adesão ao Sisu como estratégia para aumentar a inclusão na universidade, a FAU ficou de fora.

    O curso de arquitetura registrou no último vestibular 26% dos alunos vindos da rede pública. Marca abaixo da média da universidade, de 35%. Em São Paulo, 85% dos alunos do ensino médio estudam em escolas públicas.

    O movimento estudantil na USP decretou greve em maio reivindicando a adoção de cotas. "Queremos a reserva de vagas também na Fuvest. O Sisu acaba selecionando os melhores do Brasil, o que elitiza ainda mais a universidade", diz a estudante Catarina Aydar, 20, do curso de física –que não entrou no sistema.

    FEA (Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade) e ECA (Escola de Comunicações e Artes) já decidiram reservar vagas no Sisu. No caso da ECA, os cursos de artes, com prova de habilidades, não entraram. A Escola Politécnica colocou 10% das vagas no sistema, nenhuma exclusiva para rede pública.

    Até agora, 2.159 vagas da USP estarão no Sisu (20% do total de 11.057 vagas), um aumento de 45% sobre 2016.

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