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    Fovest

    Nas férias de julho, veja como manter ritmo de estudo para o vestibular

    CAROLINA MUNIZ
    DE SÃO PAULO

    11/07/2016 02h00

    O mês de julho é estratégico para quem quer conquistar uma vaga na universidade. Trata-se do último respiro antes da reta final de preparação para os grandes vestibulares e, por isso, requer planejamento.

    De acordo com professores ouvidos pela Folha, o ideal é que o aluno faça um novo plano de estudo para o período, intercalando lazer e revisão do conteúdo que foi ensinado no primeiro semestre.

    "Assim, ele chegará mais confiante para a segunda etapa", diz Rodrigo Fulgêncio, coordenador do Poliedro. Na prática, ele aconselha que o estudante separe dois terços das férias para os livros e o restante para a vida pessoal.

    "Não dá para retomar tudo. É preciso eleger os tópicos mais difíceis e os que caem muito", afirma.

    A coordenadora do Colégio Objetivo em São Paulo, Vera Lúcia da Costa Antunes, é mais radical. "Para o vestibulando, julho não é um mês de férias e, sim, de organização dos estudos."

    Eduardo Anizelli/Folhapress
    A aluna Amanda Mendes, 18, no cursinho da Poli em São Paulo
    A aluna Amanda Mendes, 18, no cursinho da Poli em São Paulo

    A estudante do cursinho da Poli Amanda Mendes, 18, conta que nas férias vai aumentar em duas horas a carga diária de estudos -de oito para dez-, "centrando fogo" em matérias com as quais tem mais dificuldade: matemática, física e biologia.

    A meta é estudar madrugada adentro. A explicação para tanto esforço, diz a estudante, está no fato de ela ter relaxado demais em 2015. "De 15 dias, estudei só dois. Quando voltei às aulas, senti muita preguiça, e me esqueci de um monte de coisa."

    "Nem vou ver meu namorado para não perder o foco", afirma a candidata, acrescentando que o sacrifício vai valer a pena. A garota quer entrar no curso de audiovisual da USP. "Prefiro dar o meu máximo agora para não perder mais um ano."

    O excesso de dedicação aos estudos pode levar o jovem ao esgotamento, alerta Paulo Moraes, diretor do cursinho Anglo. "Se o aluno não descansar, vai cair doente em setembro. Vestibular, além de conhecimento, exige resistência". Para Moraes, desligar-se dos livros por uma semana já é o suficiente.

    Baladas e viagens fazem parte da história, mas sem exageros. "A dosagem é muito importante", afirma Patrícia Mortara, professora de orientação profissional da PUC-SP. "Afinal, de nada adianta o aluno voltar ainda mais cansado para as aulas."

    A estudante Luíza Facó, 17, fará uma parada estratégica na Alemanha neste mês. "Se a pessoa não sai um pouco dos livros, fica alienada e acaba surtando", defende.
    Facó, que vai tentar uma vaga no curso de direito, diz que dará um gás nos estudos só em outubro, pouco antes do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio). "Como tive uma boa base, acredito que vou passar neste ano."

    MEDITAÇÃO

    Eric Krüger, 19, também programou as férias com antecedência. Ele, que quer cursar biologia na USP, separou uma semana para viajar com os amigos até a estação ecológica Juréia-Itatins, em Peruíbe, no litoral Sul paulista. "Nesse tempo, não quero nem pensar em vestibular. Tive que fazer uma pausa para não dar câimbra no cérebro."

    Eduardo Anizelli/Folhapress
    O estudante Eric Krüger, 19, em sua casa na capital paulista
    O estudante Eric Krüger, 19, em sua casa na capital paulista

    Nas duas semanas restantes, o aluno diz que vai retomar a rotina aos poucos, estudando três horas por dia. Também pretende dedicar-se à leitura dos livros obrigatórios da Fuvest que considera mais complicados: "Mayombe", de Pepetela, e "Sagarana", de Guimarães Rosa.

    Ainda vai meditar e fazer acupuntura. "Cada um funciona de um jeito. Eu preciso de um momento só para mim para, depois, conseguir absorver melhor o conteúdo."
    Gabriela Gonçalves, 21, também reservou duas semanas para estudar e uma para relaxar. Faz quatro anos que a estudante tenta medicina.

    Para ela, o ideal é ter equilíbrio: "Se a gente para, perde a concentração. Se estuda demais, fica bitolado." O professor Paulo Moraes, do Anglo, concorda. "Este é um momento delicado, que exige sabedoria."

    E ritmo, diz Saray Azenha, do cursinho Oficina do Estudante, em Campinas. Se o aluno parar por mais de uma semana, terá dificuldade para pegar no tranco. "O corpo demora a se readequar."

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