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    educação a distância

    Ensino a distância tem um terço dos alunos da área de educação no Brasil

    SABINE RIGHETTI
    COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

    01/08/2016 19h12

    Enquanto o número de matriculados em cursos presenciais de formação de professores no Brasil se manteve estável nos últimos cinco anos, as matrículas nos cursos a distância cresceram em ritmo acelerado.

    Um em cada três alunos de graduação na área de "educação" faz o curso remoto, de acordo com dados do governo. Isso inclui formação de professores em áreas como artes, música ou biologia.

    Em pedagogia, especificamente, a taxa é maior: metade dos estudantes está matriculada em cursos a distância.

    As informações são do último Censo do Ensino Superior disponível, de 2014.

    A procura por cursos de formação de docente a distância foi estimulada pela lei.

    Há 20 anos, a LDB (Lei de Diretrizes e Bases da Educação) tornou obrigatória a formação em ensino superior para professores da educação básica.

    Como muitos docentes já davam aula sem diploma universitário, o curso remoto acabou sendo uma boa opção —a maioria dos alunos de curso a distância no Brasil trabalha e estuda ao mesmo tempo, diz o Censo da ABED (Associação Brasileira de Educação a Distância).

    Em crescimento - Educação a distância cresce mais que a presencial na última década

    Na verdade, a educação a distância ganhou força no Brasil justamente por causa da necessidade de formação de professores, de acordo com Luís Cláudio Dallier Saldanha, diretor de serviços pedagógicos da Estácio.
    "Com o tempo, os cursos a distância foram se expandindo para áreas além das licenciaturas", diz Saldanha.

    Para se ter uma ideia, o número de matrículas em cursos na área de educação a distância cresceu 26,71% nos últimos cinco anos avaliados pelo governo —de 2010 a 2014. Já os cursos presenciais de formação de docentes tiveram aumento de 0,12% nas matrículas no período.

    Fazer o curso a distância é mais fácil do que presencialmente? "Quem acha que sim está muito enganado", diz Andréa Chiarioni, 41.

    Ela está no terceiro ano do curso de formação de professores em ciências naturais e matemática da Univesp (Universidade Virtual do Estado de São Paulo) —instituição que começou a funcionar em 2008 na forma de um programa para graduar professores.

    Chiarioni já tinha diploma de curso tecnólogo —presencial— em biocombustíveis quando começou a formação a distância na Univesp.

    Ela também já estava em sala de aula: é professora de ciências e matemática há três anos na Fundação Casa. Ficou "conhecida" neste ano, quando um de seus alunos, Jonathan Felipe Santos, 18, recebeu o prêmio revelação na 3ª Feira de Ciências do Estado de São Paulo.

    "Estudo nos intervalos das minhas aulas. Dá uma média de três horas por dia", diz.

    Não se distrai e acaba caindo no Facebook? "Não, porque tenho maturidade e tenho um objetivo profissional muito claro. Quero chegar ao doutorado", diz Chiarioni.

    É comum, para Maria Elizabeth Pinto de Almeida, especialista em tecnologia aplicada à educação da PUC-SP, que alunos com diploma superior procurem uma nova graduação a distância. Muitos optam pela área de educação.

    Isso facilita: "Quem já tem um grau superior tende a se dar melhor em cursos a distância", diz Paulo Blikstein, especialista da Universidade de Stanford (EUA). "A disciplina e a autonomia necessária são maiores".

    ENSINO PRIVADO

    Os professores formados a distância têm se saído bem em concursos para escolas públicas, diz Almeida, da PUC-SP. Já no ensino privado, quem se forma de maneira remota ainda patina.

    A Folha consultou algumas escolas de São Paulo e não achou professores formados a distância entre os funcionários. Caso do Dante Alighieri, do Humboldt, do Mary Ward, da Escola Internacional de Alphaville e do Santa Maria.

    "Curso de pedagogia tem de ser presencial porque já é precário", diz a diretora do Santa Maria Anne Horner Hoe. "Já na pós-graduação, não vejo problemas."

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