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    Fovest

    Mais que regras, manual do candidato ajuda a criar estratégia de estudo

    BRUNO LEE
    DE SÃO PAULO

    08/08/2016 02h00

    Para obter uma vaga na universidade, principalmente na USP, vale a máxima de que é preciso estar atento aos detalhes. E o manual do candidato é uma boa fonte deles.

    Já na inscrição, o material disseca uma série de regras. O vestibulando pode, por exemplo, optar por até quatro cursos, em ordem de preferência, desde que agrupados na mesma carreira.

    Na prática, isso veta que um candidato a uma vaga em medicina na capital (USP ou Santa Casa) inclua o mesmo curso em Ribeirão Preto como alternativa -carreiras 500 e 505, respectivamente.

    "Não sabia desses detalhes", diz a estudante Adryanne Accessor, 20, que está no terceiro ano de cursinho e quer um lugar em medicina. "Em relação às opções de cursos, falta muita conversa. O pessoal sabe pouco sobre o assunto", completa.

    Para além dessa "trava", há uma lógica que precisa ser observada na hora de escolher as alternativas, segundo Rodrigo Fulgêncio, coordenador do Poliedro. "O aluno tem que colocar no topo o curso que ele mais quer. Em seguida, um em que seja mais fácil de entrar do que a primeira opção."

    Avener Prado/Folhapress
    Adryanne Accessor, 20, em sala da unidade Tamandaré do Anglo
    Adryanne Accessor, 20, em sala da unidade Tamandaré do Anglo

    Fulgêncio cita como exemplo o caso de um ex-aluno que, apesar de preferir medicina na USP, escolheu a Santa Casa, em tese mais fácil, como primeira opção. "Ele foi bem no vestibular, tinha nota para ingressar onde queria, mas não entrou por causa do preenchimento da inscrição", diz. Para o educador, a explicação é medo. "Eles acabam achando que não têm condição de entrar na USP."

    De acordo com Marcelo Dias Carvalho, coordenador-geral do cursinho Etapa, o manual do candidato "é igual ao de televisão, ninguém lê". O "filé" do material da Fuvest, diz Carvalho, é a parte que trata da metodologia de avaliação da redação, uma das etapas mais temidas pelos vestibulandos.

    Ele recomenda que o estudante leia a seção e faça simulados com os princípios em mente. "Ele já sai ganhando, porque está fazendo exercícios de acordo com o que a banca examinadora vai analisar", afirma.

    ESTRATÉGIA

    Outra particularidade da Fuvest: a prova da segunda fase para carreiras semelhantes, em unidades diferentes, pode ter matérias distintas. Isso ocorre com gestão ambiental, que pode ser cursada na USP Leste (SP) e em Piracicaba, no interior de São Paulo. A primeira tem exames de geografia, matemática e química no terceiro dia de provas. Já no vestibular para o interior, biologia entra no lugar de química.

    De acordo com Márcio Castelan, coordenador de vestibulares do Anglo, o estudante que observa esses pontos listados no manual "consegue focar nas matérias mais importantes para ele".

    É o caso de Luiz Henrique Delgado, 22, candidato a uma vaga em medicina. Ele mantém distância das provas para o curso em Ribeirão Preto, que, no último dia da segunda fase, inclui questões de geografia, química e biologia. Para a capital, a lista traz física em vez de geografia.

    Avener Prado/Folhapress
    O vestibulando de medicina Luiz Delgado, 22, no cursinho Anglo
    O vestibulando de medicina Luiz Delgado, 22, no cursinho Anglo

    "Não sou muito bom em geografia", afirma Delgado. "Já li muitos manuais antes de fazer as provas. Quando vou fazer um exame diferente, também. É preciso saber onde você vai pisar." Para leitores costumeiros do manual ou não, os cursinhos oferecem apoio nessa área mais burocrática da fase preparatória.

    No Anglo, por exemplo, coordenadores e orientadores educacionais ficam à disposição dos estudantes, entre 13h e 19h, em todas as unidades, para tirar dúvidas.

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    NO DETALHE
    Dicas baseadas no manual da Fuvest/2017

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    Exames para carreiras semelhantes, em unidades diferentes, podem cobrar matérias distintas. Fique atento a isso na hora de traçar seu plano de estudos

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    Leia a seção que mostra como a redação é avaliada. Assim, fica mais fácil se acostumar, ainda na fase preparatória, ao nível de exigência da banca examinadora

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    Preste atenção na 7ª e 8ª chamadas, quando é possível trocar a opção de carreira. Pode ser a chance de ingressar no curso desejado em outra unidade

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