• Educação

    Monday, 29-Apr-2024 07:07:13 -03

    Escolas do antigo ensino supletivo perdem 100 mil alunos por ano

    DE SÃO PAULO

    29/08/2016 12h00

    Marlene Bergamo/ Folhapress
    COTIDIANO - Alessandra Bezerra Santos, 22, que esta terminando o ensino médio atraves de curso supletivo, e ao longo dos anos escolares passou por diferentes greves. - Marlene Bergamo/ Folhapress - 0717
    Alessandra Bezerra Santos, 22, cursou o ensino médio no curso supletivo

    Ao mesmo tempo em que o Brasil pena para reduzir sua taxa de analfabetismo, de 8,3%, as matrículas nas escolas de Educação de Jovens e Adultos só caem.

    A continuidade dos estudos na chamada EJA, o antigo supletivo, é apontada por especialistas como fundamental para consolidar o aprendizado em cursos de alfabetização.

    Mas, desde 2007, a modalidade perde mais de 100 mil alunos por ano. Segundo o censo do Ministério da Educação, o número de matriculados caiu 32% de 2007 até 2015 –de 4,9 milhões para 3,9 milhões.

    Para Roberto Catelli., da ONG Ação Educativa, a queda se deve a diversos fatores: a inadequação das escolas, que precisariam ter metodologia e grade horária mais adequada ao público adulto; fatores externos, como problemas de saúde e jornadas de trabalho muito intensas; e o baixo investimento das secretarias de educação na área.

    MATRÍCULAS NA EJA (EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS) -

    "Investir na educação de adulto não dá voto", concorda Rita de Cássia Lima Alves, da Comissão Nacional de Alfabetização e Educação de Jovens e Adultos. Para ela, reforçar a modalidade é a única saída para combater de fato o analfabetismo, já que cursos como os oferecidos pelo Brasil Alfabetizado são em sua avaliação curtos (8 meses) e muitas vezes não são ministrados por professores com treinamento adequado.

    Como a Folha mostrou, o Ministério da Educação interrompeu o programa, ao bloquear o cadastro de novos alunos em junho. Desde antes, porém, deficiências na iniciativa já eram apontadas.

    "O país precisa repensar os programas de alfabetização e construir uma política consistente para a EJA", diz Alessio Costa Lima, presidente da Undime (associação dos secretários municipais de educação).

    Fale com a Redação - leitor@grupofolha.com.br

    Problemas no aplicativo? - novasplataformas@grupofolha.com.br

    Publicidade

    Folha de S.Paulo 2024