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    USP, Unicamp e UFRJ sobem em ranking de universidades

    PAULO SALDAÑA
    DE SÃO PAULO

    05/09/2016 17h01 - Atualizado às 17h33
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    Eduardo Knapp/Folhapress
    A praça do relógio, no campus da USP
    A praça do relógio, no campus da USP

    A USP (Universidade de São Paulo) aparece como a 120ª melhor universidade do mundo no ranking QS World 2016, o que representa a melhor posição da instituição desde 2010, quando a relação começou a ser publicada com este formato. A lista foi divulgada nesta segunda-feira (5).

    Pela quinta vez consecutiva, o MIT (Instituto de Tecnologia de Massachussets, na sigla em inglês), dos Estados Unidos, ficou com a primeira posição entre as melhores universidades do mundo. Ela é seguida pelas também americanas Stanford e Harvard.

    AS 5 MELHORES - Segundo ranking mundial de universidades

    O QS (Quacquarelli Symonds) —uma das principais listas de universidades do mundo— é baseada na análise dos níveis de pesquisa, ensino, empregabilidade e internacionalização. A publicação leva em conta seis critérios nessa avaliação: reputação acadêmica, reputação do empregador, relação entre corpo docente e estudante, citações por docente, estudantes internacionais e docentes internacionais.

    A USP passou da 143ª posição, em 2015, para a 120º neste ano. A melhora é resultado no crescimento dos itens "reputação acadêmica" e "reputação do empregador". A alta neste ano interrompeu dois anos consecutivos de queda.

    A principal universidade brasileira enfrenta uma crise financeira desde o final de 2013. Com orçamentário deficitário desde então —os gastos com a folha de pagamento têm sido maiores do que os repasses recebidos pelo Estado— a USP anunciou em julho um segundo plano de demissão voluntária. O primeiro havia ocorrida em 2015.

    No primeiro semestre deste ano, a instituição ainda enfrentou uma greve de servidores. A paralisação teve adesão de funcionários e professores, além do apoio de alunos.

    Algumas unidades, como a FFLCH (Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas) e a ECA (Escola de Comunicação e Artes) registraram ocupações e ficaram com as atividades totalmente paralisadas.

    O reitor da USP, Marco Antonio Zago, informou que o resultado confirma o prestígio da USP. "Apesar de oscilações anuais, a posição da USP é consolidada como a melhor Universidade não só da América Latina, mas também da Ibero-América", diz.

    "Não podemos transformá-las em metas. Um aspecto é melhorar apenas a posição da Universidade nos rankings, outro, muito mais importante, é melhorar a Universidade de uma forma geral", diz Zago. "Também é inegável que a boa reputação da USP nos rankings internacionais tem um impacto muito positivo nas parcerias com outras universidades, facilitando o intercâmbio de pesquisadores e o desenvolvimento de projetos de pesquisa com financiamento conjunto", afirmou o reitor.

    AS BRASILEIRAS MAIS BEM COLOCADAS - USP subiu 23 posições de 2015 para 2016

    Apesar desse resultado, as universidades brasileiras em geral não tiveram o mesmo desempenho: cinco das 22 instituições brasileiras presentes na lista perderam posições e 14 ficaram na mesma situação.

    Além da USP, somente outras duas instituições brasileiras cresceram. A Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) e a UFRJ (Federal do Rio de Janeiro). A Unicamp passou de 195º para 191º e a UFRJ, de 323º para 321º. As três são as únicas brasileiras estão entre as 400 melhores do QS.

    AMÉRICA LATINA

    O Brasil segue liderando o ensino superior na América Latina, com 22 universidades listadas no ranking, à frente da Argentina, com 16, e do México, com 14. Entretanto, a situação do ensino superior registrada pelo QS não é positiva.

    Todas as 22 instituições apresentaram queda no critério de número de citações por docente. Além disso, 16 delas ainda tiveram recuo nas proporções entre estudantes e professores, usado como parâmetro para avaliar a qualidade do ensino.

    "Embora o crescimento da USP seja louvável, nossa métrica sobre docentes por estudantes sugere que o sistema como um todo tem falhado em oferecer acesso suficientemente igualitário à educação superior", diz Ben Sowter, chefe da divisão de Pesquisa da QS, na divulgação do ranking. "A performance das instituições mais importantes do país continua a melhorar, mas, se a nação pretende emergir da pior recessão em décadas, toda a estrutura do ensino superior brasileiro precisa equipar todos os alunos com a educação necessária para melhorar tanto a produção quanto o resultado de pesquisas".

    Mais de 3.800 instituições foram avaliadas. A relação final traz 916 universidades de 81 países. Isso representa 25 a mais do que em 2015. Os Estados Unidos concentram o maior número de universidades no ranking, com 154 instituições. O país é seguido do Reino Unido (71), Alemanha (43) e França (41).

    No ranking QS apenas com instituições da América Latina, a USP ficou em primeiro lugar em 2015 e 2016. Já na relação voltada ao países dos Brics (África do Sul, Brasil, China, Índia e Rússia), publicada em julho, mostra a USP na 10ª posição. Uma a menos do que no ano anterior.

    Confira a lista completa no ranking QS World 2016.

    EVOLUÇÃO DA USP - Posição da universidade no ranking QS a cada ano

    Número de universidades por país

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