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    Estudantes do Paraná ocupam mais um prédio público em Curitiba

    ESTELITA HASS CARAZZAI
    DE CURITIBA

    31/10/2016 13h26

    Estelita Hass Carazzai/Folhapress
    crédito para Estelita Hass Carazzai. Legenda: alunos ocupam o núcleo regional de educação em Curitiba, nesta segunda (31
    Alunos ocupam prédio em Curitiba contra reforma do ensino médio e a PEC do teto dos gastos

    Estudantes que ocupam colégios estaduais no Paraná entraram nesta segunda (31) pela manhã no Núcleo Regional de Educação, em Curitiba.

    A nova ocupação, segundo eles, é uma reação às reintegrações de posse de 25 colégios, obtidas pelo governo estadual na última semana.

    Parte dos alunos resiste à ideia de sair. Outros já desocuparam as escolas pacificamente. O governo diz que o uso da força pela polícia é "a última alternativa".

    Encapuzadas, vestindo moletons e lenços sobre o rosto, cerca de 40 pessoas entraram no prédio por volta das 10h30, gritando "ocupa tudo" e apagando as luzes.

    O grupo saiu do Colégio Estadual do Paraná, o maior do Estado. Havia alunos de outras escolas entre eles.

    Eles protestam contra a reforma do ensino médio proposta pelo governo federal, além da PEC que estabelece um teto para gastos públicos.

    Em frente ao prédio, foram colados cartazes que dizem "Fora, Temer" e "Fora, Beto Richa", além de "Fora, mídias golpistas e inimigas do povo".

    Os 150 funcionários do prédio saíram sem resistência, à exceção de alguns que discutiram com os alunos. Não houve violência.

    No mesmo local, funciona o serviço de previdência estadual do Paraná. O atendimento ao público, porém, não havia sido prejudicado.

    Os alunos fizeram assembleia na tarde de domingo (31) e decidiram pela ocupação do Núcleo. Eles não informaram se outros prédios públicos também serão ocupados.

    REAÇÕES

    Um aluno que não quis se identificar, vestindo uma bandana no rosto, afirmou que a ocupação é legítima.

    "Aqui é simbólico, é o Núcleo da Educação", afirmou. Ele disse estar usando máscara para proteger sua identidade, e negou que a prática fosse assustadora.

    "O que assusta mais é a perseguição e retaliação de pessoas [às ocupações] que não têm a mínima civilidade."

    Parte dos pais e alunos se opõe ao movimento, e tem feito protestos pedindo a volta às aulas. Em alguns deles, houve bate-boca, mas não há registro de feridos.

    O governador do Paraná, Beto Richa (PSDB), reagiu e disse que "não há a menor necessidade" de ocupações.

    "Tudo que era possível, eu fiz. Estamos conversando democraticamente, mas baderna, não vamos permitir. Não é assim que se consegue qualquer tipo de mudança", declarou.

    Há 315 escolas ocupadas no Paraná nesta segunda (31), segundo balanço da secretaria da Educação.

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