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    Enem

    Devido a ocupações, 191 mil estudantes farão o Enem em 3 e 4 de dezembro

    NATÁLIA CANCIAN
    DE BRASÍLIA

    01/11/2016 16h10 - Atualizado às 07h58

    Cerca de 300 escolas marcadas como locais de aplicação do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) terão as provas adiadas devido às ocupações, informou o Ministério da Educação.

    O balanço foi divulgado nesta terça-feira (1º) pelo Inep, instituto da pasta responsável pelo exame. O Enem está marcado para sábado (5) e domingo (6).

    Ao todo, dos 16 mil locais selecionados para aplicação das provas do Enem, 304 permaneciam ocupados por estudantes até as 12h desta terça. O número abrange escolas de educação básica e instituições de ensino superior distribuídas em 126 municípios de 20 Estados. Veja aqui a lista completa de escolas afetadas.

    O adiamento atinge 191.494 inscritos de um total de 8,6 milhões. Com a mudança, as novas provas para esses inscritos devem ser aplicadas em 3 e 4 de dezembro, em locais que ainda serão definidos, segundo o MEC.

    Os participantes devem ser avisados por SMS e e-mail sobre o adiamento a partir da noite desta terça-feira.

    Para a presidente do Inep, Maria Inês Fini, o adiamento não deve trazer prejuízos ao Sisu, sistema utilizado para ingresso no ensino superior. "Temos como analisar os resultados a tempo para integrarem a lista classificatória disponível para o Sisu, Prouni e do Fies", afirma.

    Ela nega que os alunos que terão as provas adiadas tenham vantagem em relação aos demais por terem mais tempo para os estudos. "Não acredito que mais de um mês aumentará a vantagem de uns em relação a outros", completou. "Lamentamos a ansiedade que esses estudantes ainda manterão até realizar a prova."

    LOCAIS DE PROVA E PARTICIPANTES POR ESTADO -

    OCUPAÇÕES

    A mudança das datas de provas ocorre diante do fim do prazo estabelecido pela pasta para que escolas alvo de ocupações fossem liberadas para a realização do exame. O anúncio de prazo, que terminou nesta segunda (31), foi interpretado como uma estratégia para que os alunos, que protestam contra a PEC que estabelece um teto para os gastos públicos e a proposta de reforma do ensino médio, encerrassem os protestos.

    Para Fini, as ocupações são um movimento "legítimo", "mas que afeta a vida de milhares de outros que precisariam destes locais para terem a prova aplicada de maneira tranquila", disse.

    Segundo ela, seria inviável manter a data original do Enem para todos os inscritos, com a seleção de outros locais para aplicar as provas em substituição aos ocupados. "Não é fácil trocar o local de prova. Temos que garantir a mesma isonomia", afirmou.

    E atribuiu a responsabilidade da mudança aos estudantes. "Não foi o Inep que fez essa penalização. Foram os próprios alunos que invadiram as escolas."

    Questionada sobre a possibilidade do governo tentar ressarcir os gastos com a aplicação de uma nova prova, conforme já anunciado pela AGU (Advocacia-Geral da União), Fini descartou qualquer chance de uma nova cobrança dos estudantes.

    Mas disse que adoraria "cobrar dos reais responsáveis" que, segundo ela, estão dando às ocupações "uma cor política diferenciada".

    "Lamentavelmente [quem vai pagar a conta] é o próprio governo federal. Não temos como imputar a responsabilidade. Bem que gostaríamos de dizer para as pessoas que estão monitorando esse movimento, dando uma cor política diferenciada. Adoraríamos poder atribuir esse custo aos reais responsáveis que desconfio que não são os jovens", disse. "Temos relatos que os alunos estão sendo orientados para a ocupação. Não temos como imputar a um jovem menor de idade uma responsabilidade como essa", completou Fini, para quem há ação de partidos políticos.

    Segundo ela, os prejuízos com o adiamento ainda serão levantados. "Temos uma reserva técnica de provas para problemas locais, mas esse tipo de problema não estava previsto, nem nessa magnitude."

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