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    Enem

    Tema de redação do Enem vazou antes do início da prova, diz polícia

    DO UOL
    DE SÃO PAULO
    DE RIBEIRÃO PRETO

    07/11/2016 18h05 - Atualizado às 20h49

    Dois candidatos ao Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) foram presos em flagrante neste domingo (6) portando registros do tema da redação. Os casos ocorreram em Macapá e em Fortaleza.

    Na capital cearense, foi detido um homem com ponto eletrônico e o texto da redação, sobre o tema intolerância religiosa, pronto para ser transcrito. Segundo a delegada federal Fernanda Coutinho, coordenadora regional de segurança do exame, ele já tinha tido acesso ao gabarito e ao tema da redação antes do início das provas.

    "Ele entrou no local de prova com o rascunho da redação feito no bolso da calça e ponto eletrônico. Por volta de 11h, 11h30, recebeu uma mensagem no celular com o gabarito da prova", afirmou.

    Divulgação/Polícia Federal
    Polícia Federal faz operações contra fraudes no Enem
    Polícia Federal faz operações contra fraudes no Enem e apreende pontos eletrônicos

    Segundo ela, o setor de inteligência da Polícia Federal soube da intenção do candidato de fraudar o exame e, por isso, agentes foram enviados ao local.

    Com 34 anos, o candidato foi identificado como secretário de Saúde de um município vizinho. Deve responder por crimes contra a fé pública, o patrimônio e a paz pública, entre outros, informou a Polícia Federal.

    No Amapá, um homem foi detido após sair da sala em que policiais federais estavam infiltrados para apurar fraudes no exame.

    Os agentes revistaram o candidato e encontraram um papel no seu bolso com a inscrição "intolerância religiosa", tema da redação aplicada no exame. Segundo a polícia, ele admitiu conhecer o tema e relatou ter sido informado por uma amiga. Após pagar fiança de R$ 1.320, foi solto. Vai responder por fraude em certame de interesse público, cuja pena máxima é de quatro anos de prisão.

    O Ministério da Educação não comentou o caso até as 20h30 desta segunda-feira.

    No total, 11 pessoas foram detidas no domingo. Eram candidatos do Enem que estavam com ponto eletrônico, que permite fraudar a prova.

    O tema da redação, "combate à intolerância religiosa no Brasil", gerou controvérsia e foi apontado como semelhante ao que apareceu em redes sociais no ano passado, em um suposto vazamento da prova, o que foi negado na ocasião pelo governo.

    Um dos textos de apoio da prova deste ano coincide com a imagem que circulou.

    Por causa da semelhança, o procurador da República Oscar Costa Filho, do Ceará, entrou com ação civil pública pedindo que a redação seja anulada.

    Em nota divulgada nesta segunda-feira (7), o Inep, Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais que organiza o Enem, condenou o que chamou de tentativa de "tumultuar" o exame e apontou diferenças entre a prova aplicada no domingo e a versão que circulou em 2015.

    Segundo o Inep, todos os anos são veiculadas em redes sociais provas de redação falsas com os mais variados temas de relevância social, que muitas vezes mantêm uma relação com o que pode ser proposto em redações do Enem.

    De acordo com a assessoria do Inep e a Polícia Federal, as operações deflagradas neste domingo são reflexo de ação conjunta entre as instituições, "que trabalham em parceria para garantir a segurança e a lisura do exame".

    Ainda conforme o instituto, os casos identificados, que estão sob investigação, delimitarão a responsabilidade dos envolvidos. "O Inep e a PF reiteram o empenho para apurar os fatos, garantindo que não haja prejuízo aos participantes do Enem 2016", diz trecho da nota.

    A ação e as prisões se somam a outras ocorrências. Uma semana antes, o exame foi adiado para 271 mil candidatos que seriam avaliados em escolas ocupadas por alunos contrários à proposta de reforma do ensino médio.

    A prova também teve abstenção de 30%, a mais alta desde 2009, que foi de 37,7%.

    Os problemas no Enem se repetem desde 2009, quando a prova ganhou o atual formato. Naquele ano, a avaliação foi roubada e cancelada. Em 2011, descobriu-se que um colégio de Fortaleza havia obtido acesso antecipado a alguns itens.

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