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    Fuvest

    Fuvest 2017 relacionou conhecimentos com atualidades, dizem professores

    PAULO SALDAÑA
    DE SÃO PAULO

    27/11/2016 21h13

    Os candidatos a uma vaga na USP (Universidade de São Paulo) que fizeram a primeira fase da Fuvest 2017 neste domingo (27) encontraram uma prova de dificuldade elevada, mas com abordagem de atualidades que poderia ajudar os participantes, segundo professores ouvidos pela Folha.

    Coordenadora do Curso e Colégio Objetivo, Vera Antunes cita questões com temas muito falados na imprensa recentemente, como a crise de refugiados, conferência das Nações Unidas sobre Mudança climática e o Parque Nacional da Capivara. "Foi uma prova atual, que fala de temas atuais, mas o candidato tinha que ter conhecimentos", diz. "Exigiu muita observação do aluno, com mapas, ilustrações, tabelas. Quem não leu com atenção as questões pode ter errado".

    Uma maior relação entre atualidades e conceitos foi um dos diferenciais desta edição da Fuvest, segundo o diretor de ensino do Anglo, Paulo Moraes. "Um aluno aventureiro não iria bem. Tinha que saber as matérias, os conceitos e saber ainda relacionar esses conceitos".

    Moraes ressalta que até em questões de matemática havia a necessidade dessa competência, "não dava só pra decorar fórmula". "Só a parte de biologia teve questões de dificuldade média para fácil, o restante estava no padrão USP".

    Célio Tasinafo, diretor do cursinho Oficina do Estudante, chama a atenção para o fato de a prova ter usado dados bastante recentes, deste ano mesmo, como um relatório sobre despoluição da Baía da Guanabara, no Rio, e textos de apoio de inglês.

    "A estrutura das questões são as mesmas, mas houve temas atuais embasando questões", disse. "Isso aconteceu mesmo com temas clássicos."

    Para ele, a parte de química foi a mais difícil. Na parte de português e literatura, Tasinafo chama atenção para abordagem de vários livros da lista de leitura obrigatória da Fuvest.

    Essa característica também é ressaltada pelo professor de português do Cursinho da Poli, André Valente. "O candidato não conseguiria responder a essas questões só com a leitura de resumo dos livros, precisava ter lido a obra e entendido o contexto".

    Valente ainda chama a atenção para a elaboração de questões mais interdisciplinares. "Houve ao menos duas questões de português, com abordagem entre literatura e história da arte, que mostram uma mudança para aproximar a prova mais das áreas do conhecimento".

    O coordenador do Cursinho e Colégio Etapa, Marcelo Carvalho, afirma que a Fuvest foi mais difícil que o Enem e também que os vestibulares deste ano das outras duas universidades estaduais de São Paulo (Unicamp e Unesp).

    "Foi uma prova exigente no sentido do conteúdo, mas por outro lado houve questões com enunciados mais enxutos. O que pode facilitar para o candidato", disse.

    O resultado da primeira fase será divulgado no dia 19 de dezembro. As provas da segunda fase serão realizadas nos dias 8, 9 e 10 de janeiro de 2017.

    Além da Fuvest, a USP também vai escolher parte de seus alunos pelo Enem (Exame Nacional do Ensino Médio).

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