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    educação a distância

    Formação semipresencial deve chegar a todos os cursos e instituições

    OCIMARA BALMANT
    COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

    27/07/2017 02h00

    Eduardo Knapp/Folhapress
    Sao Paulo, SP, BRASIL, 20-07-2017: Caderno especial sobre ensino a distancia. Foto dos personagens que ja fizeram ou fazem esse tipo de curso . Henrique Neto Alves,19, estudante de Administracao na Sao Judas: foto requer tratamento especial (eliminar buracos e sujeira na parede e chao e fios que sustentam as nuvens!!!!!!!) (Foto: Eduardo Knapp/Folhapress, ESPECIAIS).
    Henrique Neto Alves, 19, estudante de administração

    Nem o tempo inteiro em sala de aula, nem o tempo todo fora dela. Cresce no Brasil a oferta do ensino híbrido, formato em que o estudante de graduação presencial pode ter até 20% da carga horária total do curso cumprida na modalidade a distância.

    O crescimento se dá por causa da portaria 1.134, publicada pelo Ministério da Educação em outubro de 2016. O texto atualiza um anterior, de 2004, e facilita a inserção do ensino não presencial.

    "Antes, era preciso que a universidade tivesse o curso reconhecido leva dois anos após o início da oferta] para inserir os 20% da grade a distância. Agora, se a instituição já tem cursos reconhecidos, pode criar novos e já começar a oferta no modelo híbrido", diz Carlos Longo, diretor da Associação Brasileira de Educação a Distância.

    Para o especialista, a alteração mostra que o Brasil começa a trilhar o rumo dos países mais avançados em educação, além de atender a peculiaridades do próprio público. "O estudante dos primeiros semestres de graduação nasceu com a internet e, para ele, o uso da tecnologia é quase óbvio.", diz.

    Henrique Neto Alves, 19, começou no início deste ano o curso de administração na Universidade São Judas Tadeu, em São Paulo. Logo no início, descobriu que três de suas disciplinas seriam no formato semipresencial: em uma semana a aula acontece no campus e, na seguinte, é feita a distância.

    "É um estímulo para que a gente tenha mais autonomia de estudo, além de nos ajudar no preparo para o mundo corporativo, que cada vez mais incorpora o trabalho remoto", afirma. É a primeira vez que ele tem uma experiência de ensino formal fora da sala de aula.

    A Universidade São Judas oferece disciplinas híbridas para calouros de 28 cursos. No total, mais de 5.000 alunos participam do modelo conhecido como sala de aula invertida, em que primeiro o estudante apreende o conteúdo por meio de fóruns, videoaulas, livros em PDF e mídias interativas e depois leva dúvidas e discussões a encontros presenciais.

    "No ano passado, testamos com uma turma-piloto ao mesmo tempo em que formávamos professores. É um modelo novo e desafiador", afirma Mairlos Navarro, responsável pelo núcleo de educação a distância da instituição.

    Na implementação do ensino híbrido, a tecnologia é o investimento mais barato e rápido. O maior desafio é mudar a cabeça dos docente para uma realidade em que o aluno depende cada vez menos do professor como repassador de conteúdo. Ele passa a ser um coach que estimula os estudantes e os orienta a buscar os caminhos.

    "O professor precisa parar de achar que é o dono do conhecimento", diz o reitor da Universidade Anhembi Morumbi, Paolo Tommasini, onde as disciplinas EaD fazem parte do currículo de todos os cursos de graduação.

    GESTÃO DO TEMPO

    O fim da supremacia da aula expositiva deve alcançar todos os cursos e instituições. Na Escola de Direito da Fundação Getulio Vargas, disciplinas como direito imobiliário e gestão de pessoas já são oferecidas no formato EaD.

    "Isso atende à necessidade de nossos alunos gerenciarem o próprio tempo de aprendizagem", afirma Cristina Alves, coordenadora de ensino da unidade. "Quando ele está em intercâmbio, não precisa perder o contato com a escola. A mobilidade é um incentivo à formação.

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    Ferramentas usadas na educação a distância

    Ambientes virtuais de aprendizagem (AVA)
    Páginas on-line que o aluno acessa por meio de uma senha para assistir as aulas, realizar atividades e ter acesso a conteúdos

    Vídeo e audioconferência
    Permite o contato entre alunos e professores em tempo real. Normalmente, as atividades seguem um calendário da instituição

    Chats e fóruns
    Chats são usados para discussão em tempo real, com mediação. Já os fóruns não costumam acontecer em tempo real: há um prazo para postagem

    Teleaula
    É dada ao vivo pelo professor, mas acessada pelos alunos por meio de uma plataforma virtual. Pode ou não ter interação em tempo real

    Jogos eletrônicos
    A ferramenta permite que o aluno seja avaliado de acordo com a performance e o progresso em uma atividade lúdica

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