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    Candidato da situação vence eleição e lidera lista tríplice à reitoria da USP

    PAULO SALDAÑA
    DE SÃO PAULO

    30/10/2017 20h42 - Atualizado às 21h40

    Marcos Santos/USP Imagens/Divulgação
    Vahan Agopyan. Candidato a Reitor.
    Vahan Agopyan, 65, vence eleição para reitor e encabeça lista tríplice

    O atual vice-reitor da USP (Universidade de São Paulo), professor e engenheiro Vahan Agopyan, foi o mais votado na eleição para reitoria da instituição. Ele vai encabeçar a lista tríplice que será encaminhada para o governador Geraldo Alckmin (PSDB).

    Vahan obteve 1.092 votos. A chapa é tida como continuidade da gestão do atual reitor, Marco Antonio Zago. Em 2013, ambos venceram juntos a disputa pela reitoria.

    Em segundo lugar, ficou a diretora da FFLCH (Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas), Maria Arminda do Nascimento Arruda, que recebeu 840 votos.

    Na sequência, o professor Ildo Sauer, vice-Diretor do lnstituto de Energia e Ambiente da USP. Sauer teve a preferência de 594 eleitores.

    As três chapas vão compor a lista tríplice. O quarto candidato, o professor da FFLCH Ricardo Terra, teve 163 votos e não fará parte da lista.

    Cabe ao governador escolher qualquer uma das três chapas. Tradicionalmente, é indicado quem encabeça a lista tríplice. Após a ditadura, essa tendência só foi quebrada em 2009, quando o então governador José Serra (PSDB) preferiu o segundo colocada, João Grandino Rodas.

    Alckmin não tem um prazo para a escolha, mas a posse do novo reitor está marcada para o dia 25 de janeiro de 2018.

    A eleição para a reitoria da USP, ocorrida nesta segunda-feira (30), foi a primeira a ser realizada de forma on-line. Dos 2.097 eleitores habilitados, por fazerem parte de órgãos centrais de unidades e da universidade, participaram da votação 1.949. A grande maioria da assembleia eleitoral (85%) é formada por professores.

    Para Agopyan, a votação desta segunda-feira é um primeiro passo, mas ainda falta, segundo ele, a análise de possíveis recursos dentro do processo eleitoral e a nomeação por parte do governador. "Mas me sinto muito feliz porque a comunidade entendeu nossas prioridades como sendo as prioridades da universidade", disse ele após a proclamação do resultado da eleição.

    "A comunidade mostrou que a priorização da luta pela excelência na USP, de uma universidade mais inserida na sociedade, com valorização dos nossos recursos humanos, que incluem nossos alunos, são diretrizes que devem ser seguidas pela chapa que for escolhida pelo governador, mesmo que não sejamos nós."

    Mais importante universidade do país, com 88 mil alunos, a USP conta com um orçamento de cerca de R$ 5 bilhões. Desde 2014, uma crise financeira tem sido o maior desafio –o que deve ainda marcar os próximos anos.

    "Nós superamos o risco [de a USP não pagar seus compromissos], mas a questão financeira continua sendo bastante séria para as próximas gestões."

    Vahan Agopyan, 65, é engenheiro Civil pela Escola Politécnica da USP, onde foi diretor de unidade, e PhD pela London King's College. Professor da universidade desde 1975, e com o cargo de titular a partir de 1994, Agopyan foi pró-reitor de Pós-Graduação de 2010 a 2014, quando então assumiu a vice-reitoria.

    A chapa é formado pelo vice Antonio Carlos Hernandes, atual pró-reitor de Graduação. Hernandes é professor titular do Instituto de Física da USP de São Carlos, do interior do Estado.

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    Na campanha, a chapa de Vahan defendeu as ações da atual gestão. A expectativa é a manutenção de esforços e recursos nas chamadas atividades-fim da universidade (ensino, pesquisa e extensão). Com Zago, o HU (Hospital Universitário), creches e até a Escola de Aplicação da Faculdade de Educação enfrentaram dificuldades por falta de recursos e funcionários. A postura sobre esses temas deve ser mantida.

    Agopyan promete investir em transferência de conhecimento, com pesquisas em parceria com governos e empresas, e buscar novas formas de financiamento para a universidade. Ele garante que não haverá novos programas de demissão voluntária de funcionários, a exemplo do que Zago fez por duas vezes.

    Se escolhido, Agopyan quer ainda discutir a ampliação do teto salarial dos professores, hoje limitado aos ganhos do governador.

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