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    Produtores aprovam inovações para a sustentabilidade agropecuária

    LUÍS FERNANDO GUEDES PINTO
    THARIC GALUCHI

    27/10/2016 12h00

    A RAS (Rede de Agricultura Sustentável) lançou mundialmente em 20 de setembro a nova versão da sua norma de certificação para agricultura e pecuária e as regras para a sua aplicação.

    O novo pacote será válido para auditorias realizadas a partir de 1º de julho de 2017. O lançamento aconteceu depois de um longo e intenso processo de três anos de consultas públicas, testes de campo e calibrações.

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    A divulgação começou no Brasil em quatro eventos realizados entre terça-feira (18) e quarta (20) em regiões do país onde há a maior concentração de produtores certificados. Nessas oportunidades, foram apresentadas as principais mudanças e novidades do sistema, que não são poucas.

    A estrutura da norma (que está associada à marca e ao selo do sapinho Rainforest Alliance Certified) mudou com a organização de todo o seu conteúdo em quatro princípios, ordenados em critérios mais claros, objetivos e resumidos.

    As regras de funcionamento para a conquista da certificação mudaram substancialmente, com um nível de entrada mais acessível, mas combinado com um processo de melhoria contínua inteligente e simples, que apoia a evolução do produtor para um alto nível de sustentabilidade no médio e longo prazo.

    Com isso, a RAS afirma que mais produtores devem participar da certificação, mas reconhece que algumas mudanças exigem esforços estruturais e que levam tempo para serem alcançados.

    A eliminação de critérios ou temas que agregavam pouco valor ao produtor e para a sua melhoria também integram a atualização. Por outro lado, novos temas que passaram a ser relevantes para a sociedade foram incluídos, colocando a norma como um instrumento de vanguarda para a implementação da sustentabilidade para a agropecuária.

    Como consequência, novos critérios tratam com maior rigor a eliminação do desmatamento, exigem maiores áreas dedicadas à conservação da biodiversidade, colocam mais restrições e controle para o uso de agrotóxicos e ampliam os direitos e promoção do bem estar para trabalhadores rurais.

    Os critérios estão organizados em conceitos contemporâneos, como a promoção de uma agricultura de baixo carbono, a proteção de abelhas e polinizadores, a provisão de serviços ambientais e o diálogo entre produtores e trabalhadores. Como base para tudo, reforça a importância do planejamento e da gestão da propriedade rural como um todo.

    As novas exigências e inovações foram muito bem recebidas pelas dezenas de produtores certificados presentes nos eventos de divulgação no Brasil, assim como por grandes empresas compradoras de commodities e ONGs socioambientais de várias partes do mundo.

    Muitos produtores acenaram com a intenção de antecipar as novidades antes de serem obrigatórias. Todos reconhecem que um sistema mais acessível, combinado com maiores exigências ao longo da caminhada para a sustentabilidade representa uma espiral para o fortalecimento e maior resiliência do produtor e benefícios para a sociedade como um todo.

    LUÍS FERNANDO GUEDES PINTO, engenheiro agrônomo, faz parte da equipe do Imaflora e é membro da Rede Folha de Empreendedores Socioambientais, e THARIC GALUCHI, engenheiro agrônomo, faz parte da equipe do Imaflora

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