Além de registrar o atendimento médico, o fotógrafo André François teve de atuar como intérprete, em sua viagem ao Haiti pós-terremoto.
François fotografa a atuação de equipes de saúde no Brasil e em outras partes do mundo há quatro anos, como parte de um projeto de sua ONG, a ImageMagica.
André François/Divulgação |
Homem dá banho na mulher, em acampamento em Porto Príncipe; pacientes preferiam barracas |
Ele passou 15 dias no hospital Brenda Strafford, em Les Cayes (a cerca de 250 km de Porto Príncipe), onde trabalhavam os médicos brasileiros da ONG Expedicionários da Saúde. Como fala francês, serviu de tradutor entre médicos e pacientes.
"Foi difícil, porque não estava preparado para dizer 'olha, vão tirar sua perna'", lembra. As amputações eram as cirurgias mais comuns.
Era frequente também a necessidade de refazer procedimentos. "Alguns médicos faziam barbaridades. Havia escombros dentro do corpo de pacientes. Faziam a plástica e deixavam tudo quebrado por dentro."
Ele ficou mais 15 dias em Porto Príncipe, acompanhando outros grupos.
Os registros, ainda inéditos, devem ser expostos em Nova York e em Toronto.
No momento, François expõe em Nova York fotos feitas no Brasil e publicadas nos livros "Cuidar - Um Documentário sobre a Medicina Humanizada no Brasil" e "A Curva e o Caminho".
Mais informações sobre os livros e o projeto no site www.imagemagica.org.