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    Médicos promovem 'vaquinha' para centro de câncer em Manaus

    JULIANA CUNHA
    DE SÃO PAULO

    06/05/2016 02h00

    Um grupo de médicos recorreu ao financiamento coletivo para manter um centro de oncologia ocular em Manaus, no Amazonas.

    O Centro de Oncologia Ocular do Amazonas foi aberto no fim de 2013, com apoio da Fundação Champalimaud, uma instituição privada de Portugal. Na época, a fundação doou R$ 90 mil para compra de equipamentos e custeio das passagens e hospedagens de médicos voluntários, que viajam até a cidade para atender e operar pacientes com câncer de visão.

    Em 2014, o Centro operou 84 pacientes. Em 2015, esse número caiu para 41. "No ano passado, já não tínhamos apoio de nenhuma instituição nem do governo. O Instituto da Visão, parceiro do Hospital São Paulo e da Escola Paulista de Medicina, bancou algumas passagens aéreas, e outros médicos viajaram por conta própria", explica Rubens Belfort Neto, chefe do setor de oncologia ocular do Departamento de Oftalmologia da Unifesp e um dos voluntários do grupo, que conta com nove médicos em São Paulo e uma em Manaus.

    A região Norte não possui nenhum centro de oncologia ocular. Quando os oftalmologistas diagnosticam um paciente com câncer de visão, ele é enviado para outra região. "Em geral, são duas ou três idas à outra cidade antes da cirurgia, mais as visitas de acompanhamento. Isso aumenta muito os custos e o tempo entre o diagnóstico inicial e a cirurgia. É contraproducente", diz Belfort.

    Ele calcula que em seu primeiro ano de atuação o Centro tenha gerado uma economia de R$ 400 mil para os cofres públicos.

    O grupo pediu R$ 28.500 para arcar com a manutenção do centro por um ano. Ao final da campanha, nesta semana, arrecadaram pouco mais de R$ 46 mil.

    "Vamos usar esse dinheiro para garantir o funcionamento do Centro por mais um ano e meio", explica Sabrina Cohen, oftalmologista voluntária que trabalha em Manaus e faz a triagem dos pacientes que precisam de tratamento oncológico.

    Os custos calculados são baixos porque não incluem as despesas do prédio -o Centro funciona dentro da Fundação Piedade Cohen, mantida por Sabrina- nem dos médicos, que atuam de modo voluntário. "Só pedimos ajuda para custeio das passagens, hospedagem e manutenção dos equipamentos", explica Belfort.

    Segundo os organizadores da vaquinha, um terço das doações vieram de médicos da Unifesp e 80% do valor arrecadado partiu do Estado de São Paulo.

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