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    mosquito aedes aegypti

    Zika é detectado em esperma 3 meses depois da infecção

    DA AFP

    22/07/2016 09h42

    Associated Press
    O mosquito _Aedes aegypti_, transmissor da dengue, zika e chikungunya
    O mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, zika e chikungunya

    O vírus da zika foi detectado no esperma de um francês 93 dias depois dos primeiros sintomas da infecção, ultrapassando recorde anterior observado, de 62 dias, segundo um artigo publicado nesta quinta (21) na revista médica britânica "The Lancet".

    O homem, de 27 anos, mostrou alguns sintomas leves –fraqueza, dores musculares e conjuntivite– pouco depois de regressar de uma viagem a Tailândia, no final de 2015. O paciente, que sofre de câncer, tinha decidido congelar seu esperma antes de começar uma quimioterapia. Foi isso que levou um laboratório a realizar os testes que detectaram o vírus da zika.

    Não foi encontrado nenhum vestígio do vírus na urina nem no sangue do paciente, ressaltaram os pesquisadores, entre eles Jean Michel Mansuy, do laboratório de virologia do Centro Hospitalar Universitário de Toulouse, na França.

    Na maioria dos casos, o vírus é transmitido por picadas de mosquito, mas o contágio também ocorre através de relações sexuais ou pelo contato com sangue infectado. Os centros de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (CDC) recomendam atualmente que os homens infectados pelo vírus da zika não tenham relações sexuais sem proteção durante seis meses.

    Para os homens cujas parceiras estejam grávidas, os CDC aconselham utilizar preservativos durante toda a gestação. O vírus da zika foi associado a malformações graves e irreversíveis, como a microcefalia, que prejudica o desenvolvimento cerebral e afeta bebês de mulheres que foram infectadas pela zika durante a gravidez.

    Zika e microcefalia

    Os autores do artigo sugerem que, em relação à transmissão por via sexual, "as recomendações dos CDC sejam regularmente atualizadas para levar em conta a evolução da pesquisa científica sobre o zika, especialmente à luz dessa descoberta, que mostra que o vírus pode permanecer no esperma durante vários meses".

    Catorze pessoas nos Estados Unidos foram infectadas pelo vírus da zika através de relações sexuais, segundo as últimas estatísticas dos CDC, divulgadas em 13 de julho. Os Estados Unidos também registraram o primeiro caso em que o vírus da zika foi transmitido sexualmente de uma mulher para um homem.

    A história é de uma mulher jovem de Nova York que viajou para um país onde há transmissão do zika –o CDC (Centro de Controle de Doenças) dos EUA não informou onde- e, na volta, fez sexo com seu parceiro sem preservativo.

    Ela começou a sentir os sintomas da infecção do zika no dia seguinte; ele, apenas alguns dias depois. Os dois se consultaram com o mesmo médico, que levantou a possibilidade da transmissão sexual já que o rapaz não sai dos EUA há mais de um ano.

    Os sintomas mais frequentes do vírus são erupções cutâneas e dores musculares e nas articulações. Em 80% dos casos, a infecção passa despercebida, e raramente é mortal.

    Doenças transmitidas pelo Aedes aegypti

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