Três dias após se envolver numa polêmica no Ceará, quando tentou tirar satisfações com um jogador adversário e a discussão acabou em briga que contou até com um policial militar, o santista Neymar protagonizou mais uma confusão.
Nesta quarta-feira, durante a vitória sobre o Atlético-GO por 4 a 2, o atacante chegou a soltar palavrões para o próprio técnico, Dorival Jr, além do capitão da equipe, o zagueiro Edu Dracena, segundo os repórteres presentes ao gramado, porque recebeu a ordem de não cobrar um pênalti no fim da partida.
Nos vestiários, enquanto Dorival disse não se sentir confortável para comentar o assunto e admitiu não saber o que estava acontecendo com o atleta, o treinador da equipe goiana, Renê Simões, desabafou. "Já trabalho há décadas no futebol e nunca tinha visto alguma coisa assim. Está na hora de alguém educar esse rapaz, senão vamos criar um monstro em nome dessa arte de jogar. Estamos criando um monstro", declarou.
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"Ele se acha o senhor todo-poderoso dentro de campo e ninguém está fazendo nada, absolutamente nada. O que esse rapaz falou para o capitão deles e para o banco de reservas foi de uma falta de educação que poucas vezes eu vi. Por enquanto, ele não é um homem e não é um grande jogador, é um projeto. Alguém tem que educá-lo pelo bem do futebol brasileiro", completou Simões, antes de finalizar o tema.
"Hoje, fiquei decepcionado. Faz a gente não ter gosto pelo esporte. Vi os jogadores do Santos dizendo que não pactuavam com aquilo", encerrou.
SILÊNCIO
Procurado pelos jornalistas, Neymar saiu correndo e se recusou a dar entrevistas.
O técnico Dorival Jr acrescentou, em sua conversa com a imprensa: "Tudo o que posso fazer para ajudar, eu estou fazendo. Com os outros atletas com quem trabalhei, ao longo de sete anos, nunca tive um problema de indisciplina assim. O Neymar tem acontecido alguns fatos e estamos tentando conviver com essa situação".