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    Mulheres decidem futuro de Adriano

    SÉRGIO RANGEL
    DO RIO

    21/12/2010 07h32

    A carreira de Adriano está nas mãos de mulheres.

    De um lado, a presidente da Roma, Rosella Sensi, é a única que não abre mão do futebol do atacante carioca criado na Vila Cruzeiro no clube italiano. No início do mês, ele foi liberado até pelo técnico Claudio Ranieri.

    Alberto Pellaschiar/AP
    Presidente da Roma, Rosella Sensi, e o atacante Adriano
    Presidente da Roma, Rosella Sensi, e o atacante Adriano

    Do outro lado, a mãe Rosilda Ribeiro é uma das principais defensoras da volta do filho ao futebol brasileiro. O Corinthians já fez uma proposta pelo ex-flamenguista e aguarda uma decisão.

    "O Adriano é jogador da Roma e será no futuro. Ele espera jogar, mas não cobramos nada dele. É um grande campeão e terá sua chance. Queríamos um grande jogador e, agora que temos, iremos nos queixar? Para um jogador ir embora, é preciso da assinatura dele e também do clube. E isso não vai acontecer", afirmou Rosella, na última entrevista que deu sobre o futuro de Adriano.

    Rosella é a principal admiradora do jogador na Roma e mantém a mesma atitude da presidente do Flamengo, Patrícia Amorim, outra mulher na vida do atacante.

    Assim como a dirigente carioca fazia na Gávea, a italiana sempre faz questão de elogiar o atleta e não se arrepende do alto investimento.

    No Rio, sua mãe será decisiva sobre seu futuro. Eles se encontraram ontem, mas não falaram sobre a proposta do Corinthians. Maior defensora nas duas vezes que seu filho retornou ao futebol brasileiro, Rosilda contou que "sentiu" que o filho deve permanecer na Roma.

    "Vou conversar direito com ele ainda para saber o que ele fará", disse a mãe do jogador, que é a principal confidente do filho.

    Em setembro deste ano, em entrevista ao jornal italiano "Gazzetta dello Sport", Rosilda revelou que o jogador chegou a falar em se matar em virtude de uma depressão iniciada após a morte do pai, Almir, em 2004.

    "Um dia, quando estava na Itália, ele [Adriano] me ligou e disse não aguentar mais, que queria parar com o futebol. Ele me disse que estava pensando em suicídio", afirmou a mãe.

    A vida de Adriano sempre foi cercada de mulheres. Longe da favela, Adriano é sempre visto com namoradas. A mais famosa foi Joana Machado, que chegou a brigar com jogadores e traficantes em uma festa na Vila Cruzeiro neste ano.

    Na família, além de Rosilda, a paraibana Vanda França, sua avó materna, também é peça fundamental na vida e carreira do jogador.

    Ela foi a responsável pelo início da carreira do neto. Como a família não tinha dinheiro para pagar a passagem de Adriano da favela até o Flamengo, Vanda fritava pastéis de queijo em casa e os vendia no trem e no clube para garantir os treinos do garoto na Gávea. Ela levou o neto aos treinos e jogos durante quase dez anos.

    "O meu passado foi um pouco difícil. Eles me deram força para continuar. Tenho esta grande responsabilidade de ajudá-los. A minha mãe e minha avó são as duas pessoas que merecem tudo", afirmou Adriano, sem esconder a gratidão.

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