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    Relembre as marmeladas, promessas e ineditismo do esporte em 2010

    MARCEL MERGUIZO
    DE SÃO PAULO

    27/12/2010 07h00

    O ano prometia muito para o centenário do Corinthians. O técnico argentino Maradona prometeu ficar pelado. O mundo descobriu Larissa Riquelme, e a musa paraguaia prometeu se descobrir por completo nas ruas de Assunção, no Paraguai. Tudo não passou de promessa.

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    Promessa cumprida mesmo somente dentro de campo, com Paulo Henrique Ganso e Neymar. Do título Paulista e da Copa do Brasil pelo Santos ambos foram para a seleção brasileira. Mas apenas no segundo semestre, pois Dunga não os convocou para a Copa do Mundo.

    Depois da derrota brasileira no Mundial da África do Sul, o Brasil também teve um novo treinador: Mano Meneses, que deixou o Corinthians e reformulou a seleção.

    Antes, porém, a CBF quis Muricy Ramalho, que não aceitou e permaneceu no Fluminense e, alguns meses depois, foi campeão brasileiro.

    Outra promessa que mudou de status foi a Espanha, campeã mundial de futebol. Assim também foi inédita a conquista do alemão Sebastian Vettel, na F-1. Já a seleção masculina de vôlei do Brasil, sem novidade, ganhou mais um Mundial.

    Em comum nestes campeonatos todos: algumas marmeladas.

    A mesma marmelada fez rivais corintianos amolecerem jogos no fim do Campeonato Brasileiro. E o Fluminense sagrou-se campeão nacional. O tri do clube carioca, pois a CBF decidiu unificar as conquistas do Brasileiro com Taça Brasil e do torneio Roberto Gomes Pedrosa, que ocorreram de 1959 a 1970.

    Assim, Palmeiras e Santos passaram a ser os maiores campeões, com oito conquistas cada.

    Quem perdeu a chance de conquistar mais um título foi o Internacional. O clube de Porto Alegre foi a Abu Dhabi, no Mundial de Clubes da Fifa, e caiu nas semifinais. Derrota histórica para o Mazembe, do Congo, 2 a 0.

    Nunca na história do futebol um clube sul-americano havia ficado fora da final do Mundial. Sorte da Inter de Milão (ITA), que venceu a final por 3 a 0 e conquistou o tri.

    Copa do Mundo
    Antes de a primeira Copa do Mundo no continente africano começar, as apostas eram na Espanha (campeã europeia) e no Brasil (campeão da América do Sul e da Copa das Confederações).

    Eduardo Knapp/Folhapress
    Brasil e Holanda devem se enfrentar em 2011
    Felipe Melo é expulso contra a Holanda

    A Espanha cumpriu seu papel. O Brasil de Kaká, Felipe Melo e Dunga parou nas quartas de final, ante a Holanda de Sneijder, Robben e De Jong.

    Depois de vários mundiais com a promessa de exibir um bom futebol, a Fúria espanhola foi pela primeira vez campeã, graças ao entrosamento de uma base formada no multicampeão Barcelona.

    Os destaques foram o goleiro Casillas, o artilheiro David Villa, e os meio-campistas Xavi e Iniesta, este autor do gol da decisão contra os holandeses, 1 a 0 na prorrogação.

    A grande surpresa foi o quarto lugar do Uruguai, do atacante eleito o melhor do mundial, Diego Forlán. A principal decepção foi a França, eliminada ainda na primeira fase, em meio à crise entre jogadores e técnico.

    Outro destaque foi a Alemanha, das revelações Özil e Miller, que nas quartas goleou a Argentina de Messi e Maradona por 4 a 0.

    Musas da Copa
    O mundo descobriu duas musas em 2010. Nenhuma delas é atletas, mas durante e depois da Copa do Mundo chamaram mais a atenção do que grande parte dos jogadores.

    A primeira a aparecer foi a espanhola Sara Carbonero. Namorada do goleiro e capitão da Espanha, Iker Casillas, a repórter de TV chegou a ser acusada de distraí-lo na estreia da Fúria na Copa (derrota para a Suíça, 1 a 0). Após o título mundial, porém, ele foi recompensada com um beijo, ao vivo, enquanto entrevistava o namorado campeão.

    Larissa Riquelme 300x220
    Larissa Riquelme torce para o Paraguai, em Assunção

    No entanto, quem foi considerada musa da Copa foi a paraguaia Larissa Riquelme. A modelo surgiu em fotos enquanto estava torcendo pela seleção de seu país, em Assunção, com o celular acomodado entre os seios.

    Após a fama relâmpago em todo mundo, Larissa prometeu desfilar nua na capital do Paraguai caso a seleção nacional chegasse à final do Mundial. Os paraguaios perderam nas quartas. E a modelo pagou a aposta apenas em ensaios sensuais para revistas masculinas, inclusive no Brasil.

    F-1
    Um ano de domínio da equipe Red Bull, que só não conquistou o título de pilotos com antecipação porque Sebastian Vettel e Mark Webber disputaram entre si o campeonato.

    Gero Breloer/AP
    Vettel com o prêmio após vencer o GP de Abu Dhabi
    Vettel com o prêmio após vencer o GP de Abu Dhabi

    No fim, o alemão Vettel foi campeão, mas o vice ficou para Fernando Alonso, da Ferrari, considerado por alguns o melhor piloto do ano e, por outros, o vilão da temporada.

    O melhor brasileiro foi Felipe Massa, na sexta colocação, mas sem uma vitória sequer. A grande chance de vencer no ano foi na prova da Alemanha. No entanto, naquela domingo, a mando da equipe, Massa cedeu a vitória para Alonso. O caso da marmelada foi julgado e rendeu apenas uma multa à Ferrari.

    Rubens Barrichello em 10º lugar, com algumas boas provas, e Bruno Senna, e Lucas Di Grassi, quase sempre retardatários e nem somaram pontos, e completaram o péssimo ano verde-amarelo na F-1. Veja a classificação final do Mundial.

    Libertadores
    A Taça Libertadores vem, ano a ano, se tornando a grande obsessão dos clubes brasileiros. Este ano, cinco estiveram na disputa.

    O Corinthians, com Ronaldo e o peso do centenário nas costas, caiu logo nas oitavas de final, após derrota para Flamengo. O clube carioca, porém, parou na rodada seguinte, ante ao Universidad do Chile.

    O Cruzeiro caiu nas quartas também, eliminado pelo São Paulo, que deixou a competição na semi, contra o Internacional, em pleno Morumbi.

    O colorado gaúcho foi campeão, pela segunda vez em quatro anos, após vencer os mexicanos do Chivas Guadalajara na final.

    Vôlei
    A seleção masculina do Brasil conquistou a Liga Mundial pela nova vez e o Mundial de vôlei pela terceira. O grande nome da equipe comandada por Bernardinho foi o ponta Murilo, eleito o melhor do mundo e, posteriormente, atleta do ano em eleição do Comitê Olímpico Brasileiro (COB).

    Mateus Bruxel/Folhapress
    GUARULHOS, SP, BRASIL, 12-10-2010, 8h30: O ponteiro Giba segura o trofeu da conquista do Campeonato Mundial na Italia para a Selecao Brasileira de Volei Masculino apos entrevista coletiva no Sao Paulo Airport Marriott Hotel, em Guarulhos. (Foto: Mateus Bruxel/Folhapress, ESPORTE)***EXCLUSIVO FOLHA***
    Giba segura o troféu do Mundial da Itália

    No entanto, uma das marcas deste ano ficou sendo a partida contra a Bulgária, no Mundial da Itália. Podendo perder para encarar uma chave mais fácil no decorrer da competição, os brasileiros jogaram a partida sem levantador.

    A derrota brasileira gerou vaias dos torcedores, críticas e acabou sendo chamada de marmelada. Outras seleções, como os Estados Unidos, também usaram da mesma brecha no regulamento para ter o caminho facilitado.

    Já entre as mulheres, o Brasil ficou com o vice-campeonato Mundial, ao perder a final no Japão para a seleção da Rússia. A equipe comandada por José Roberto Guimarães também foi vice do Grand Prix disputado na China, ao ser derrotada pelos Estados Unidos.

    Basquete
    O basquete também teve em 2010 seus campeonatos mundiais tanto no masculino quanto no feminino.

    Entre os homens, o Brasil depositava esperança na geração de Leandrinho, Varejão e Tiago Spliter (Nenê, lesionado, foi cortado antes do torneio).

    Aris Messinis/AFP
    Scola tenta passar pela marcação brasileira na vitória da seleção argentina
    Scola passa pela marcação do Brasil na vitória argentina

    No entanto, apesar de alguns bons momentos dentro da competição, a seleção acabou derrotada pela Argentina, nas oitavas de final.

    Os americanos retomaram o posto de melhor time do mundo ao venceram a final contra a Turquia, dona da casa.

    No torneio feminino, a seleção brasileira ficou apenas na nona colocação, após um desempenho fraco na competição. As campeãs foram as americanas, como no Mundial masculino, vencendo as anfitriãs (República Tcheca) na final.

    Tênis
    Por mais um ano, o tênis mundial foi bipolarizado entre Rafael Nadal e Roger Federer.

    O espanhol conquistou três Grand Slams (Roland Garros, Wimbledom e Aberto dos EUA --este pela primeira vez) e terminou o ano como número 1.

    Walter Bieri/Efe
    ZUR150.ZURICH (SUIZA).21/12/2010.-El tenista español Rafael Nadal (i) y el suizo Roger Federer (d) posan antes de disputar el "Partido por África", hoy martes 21 de diciembre de 2010 en el Hallenstation Arena de Zurich, Suiza. El encuentro forma parte de los actos de la Fundación de Roger Federer, dedicada a promover el acceso a la educación, al deporte y a mejorar las condiciones de vida de niños en países donde no existen suficientes recursos. EFE//WALTER BIERI
    Nadal e Federer, de novo, números 1 e 2 do mundo

    O suíço --que começou como número 1 e terminou como 2-- ganhou o Aberto da Austrália e as Finais da ATP.

    E o que sobrou para Novak Djokovic, número 3 do mundo? Comandar a Sérvia na conquista do inédito título da Copa Davis, em dezembro.

    Entre as mulheres, a dinamarquesa Caroline Wozniacki terminou o ano como a número um.

    O Brasil viu Thomaz Bellucci atingir a 21ª colocação no ranking mundial, a melhor de um brasileiro desde Gustavo Kuerten. O paulista terminou o ano em 31º, com um título, em Santiago (CHI). Mas também foi um dos principais responsáveis pela eliminação do país na Copa Davis, após derrota para a Índia.

    No fim do ano, depois de criticar os técnicos brasileiros, Bellucci confirmou que vai ser treinado por Larri Passos, ex-técnico de Gustavo Kuerten.

    Mulheres brasileiras
    Três atletas brasileiras se destacaram individualmente em 2010.

    Michael Buholzer/Reuters
    Fabiana comemora vitória em Zurique; clique na imagem para ver galeria de fotos da atleta
    Fabiana comemora vitória em Zurique

    No atletismo, Fabiana Murer, 29, conquistou o Mundial Indoor e a Liga de Diamante no salto com vara. Em dezembro, ganhou o Prêmio Brasileiro Olímpico como melhor do ano.

    Na natação, Ana Marcela Cunha, 18, ganhou a Copa do Mundo de maratonas aquáticas, tornando-se a mais jovem a alcançar tal feito.

    Na ginástica, Jade Barbosa, 19, depois de afastada das competições nos últimos anos devido a uma grave lesão no punho, ganhou a medalha de bronze no salto sobre a mesa no Mundial da Holanda.

    Campeão brasileiro
    Um torneio que começou antes da Copa e terminou bem depois, teve o Corinthians entre os três primeiros durante todo o ano e o Fluminense campeão após liderar 22 das 38 rodadas. O Cruzeiro, com uma grande recuperação, foi vice, deixando os corintianos na terceira colocação e sem conquistar um título sequer no ano do centenário.

    Quem não conseguiu se recuperar e caiu para a Série B foram: Vitória, Guarani, Goiás e Grêmio Prudente (que começou o ano como Grêmio Barueri). Os outros paulistas fizeram um campeonato medíocre: Santos, 8º, São Paulo, 9º, e Palmeiras, 10º. Veja classificação completa.

    CAMPEÕES ESTADUAIS
    Acre Rio Branco
    Alagoas Murici
    Amapá Trem
    Amazonas Peñarol
    Bahia Vitória
    Ceará Fortaleza
    Distrito Federal Ceilândia
    Espírito Santos Rio Branco
    Goiás Atlético
    Maranhão Sampaio Corrêa
    Mato Grosso do Sul Comercial
    Mato Grosso União Rondonópolis
    Minas Gerais Atlético
    Pará Paysandu
    Paraíba Treze
    Paraná Coritiba
    Pernambuco Sport
    Piauí Comercial
    Rio de Janeiro Botafogo
    Rio Grande do Norte ABC
    Rio Grande do Sul Grêmio
    Rondônia Vilhena
    Roraima Baré
    Santa Catarina Avaí
    Sergipe River Plate
    São Paulo Santos
    Tocantins Gurupi

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