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    São Paulo vira paraíso de empresários

    RAFAEL REIS
    DE SÃO PAULO

    23/07/2011 07h44

    Com uma aposta em atletas jovens e política financeira apertada, o São Paulo se tornou a casa preferida dos jogadores de empresários.

    Entre os 12 maiores times brasileiros, a equipe do Morumbi é a que mais possui atletas em seu elenco principal com contratos vinculados a clubes de fachada.

    Caio Guatelli - 22.juç.2011/Folhapress
    O meia Marlos, atleta cujos direitos são do agente Juan Figer
    O meia Marlos, atleta cujos direitos são do agente Juan Figer

    Dos 32 jogadores do seu grupo profissional, sete pertencem a esses times de aluguel. O Vasco, com seis nomes nessa situação, é quem mais chega perto do índice.

    Segundo o vice de futebol são-paulino, João Paulo de Jesus Lopes, esse dado não é nada mais do que a prova de que os investidores veem o clube como um grande parceiro, uma ótima vitrine.

    Mas isso reflete também a forma como o clube se comporta no mercado e tenta evitar os gastos. Para trazer o lateral direito paraguaio Iván Piris, do Cerro Porteño, recorreu à ajuda do grupo do empresário Gustavo Arribas, ligado ao iraniano Kia Joorabchian, presidente da MSI na parceria com o Corinthians.

    Foi o fundo do argentino que pagou os US$ 3,6 milhões (R$ 5,6 milhões) pelo jogador, que será registrado no Deportivo Maldonado, um pequeno time uruguaio, e emprestado ao São Paulo.

    "Para o jogador, não faz diferença. A questão é que a legislação da Fifa serve para proteger os clubes", diz Nick Arcury, empresário do atacante Willian José, que também é de Arribas.

    Os clubes de aluguel são uma manobra de agentes e fundos de investimento para driblar a regulamentação da Fifa que permite que apenas times de futebol sejam donos dos direitos dos jogadores.

    Equipes como Deportivo Maldonado, Desportivo Brasil, que pertence à Traffic, Tombense, do empresário Eduardo Uram, e Rentistas-URU, do agente Juan Figer, todas com jogadores no São Paulo, têm como função principal intermediar negociações para times que servirão como vitrine. E, assim, aumentar o lucro gerado por uma futura venda, de preferência para a Europa.

    "É tudo legal. O parceiro privado quer o lucro, e nós desejamos o jogador. É uma forma de os dois ficarem contentes", afirma Jesus Lopes.

    Segundo ele, o São Paulo só aceita uma parceria se ficar com pelo menos 20% dos direitos econômicos do jogador, permanecer com ele por um ano e meio e, principalmente, tiver a palavra final sobre uma eventual venda.

    "Ganhamos dinheiro com os jovens formados aqui", completa o cartola, ressaltando que o time não costuma negociar parcelas dos direitos das crias de sua base para levantar dinheiro.

    Arte/Folhapress

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